Por volta das 16h do sábado, dia 9, o detento Joel Bezerra da Costa, de 60 anos, foi encontrado morto por um agente penitenciário na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC). A descoberta do corpo se deu durante uma revista nas dependências da ala da cozinha. De acordo com as informações da polícia, dois outros presidiários foram responsáveis pelo crime, munidos de arma branca artesanal. Os vários golpes desferidos perfuraram a região do tórax da vítima.
Policiais militares que ficam nas guaritas comunicaram à carceragem que muitos reeducandos estavam quebrando o muro que separa a área da cozinha à ala dos idosos. Assim que constataram que havia um buraco no muro, os policiais e agentes entraram na Unidade Prisional e dirigiram-se ao cadeião para que os presos fossem recolhidos às celas.
Depois que o buraco foi fechado e a equipe entrou na ala da cozinha para fazer a chamada, com a finalidade de localizar os detentos que passaram para o outro lado e não pertenciam àquela área específica, um agente encontrou o corpo de Joel Bezerra.
Agentes da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), em conjunto com a perícia, realizaram os procedimentos técnicos relacionados ao local dos fatos e à circunstância em que o delito foi executado. O Instituto de Medicina Legal (IML) fez a remoção do corpo para efetivação da necropsia.
Durante a chamada na ala da cozinha, o detento Robinson Oliveira Dias, vulgo “Milorde”, foi identificado como pertencente à ala “15” e por isso não deveria estar naquele local. O representante da ala da cozinha Josimar Pinho dos Reis, que, segundo as informações, diz ser integrante de uma facção criminosa, também estava na cozinha quando a equipe de policiais e agentes chegou.
Outros presidiários informaram à polícia que Joel foi morto por vingança pela morte de Kennedy de Lima Rodrigues, vulgo “Nikinho”, que também seria integrante da facção criminosa. Os dois presos foram apresentados à autoridade policial como possíveis autores do homicídio. A ocorrência foi registrada na Central de Flagrantes do 5º DP.
GOVERNO – O governo emitiu nota à imprensa relatando que, após tomar conhecimento do fato, a direção da Pamc acionou a delegacia especializada em homicídios e o IML. “O diretor da Pamc, Henrique de La Roque, esteve no local e acionou as equipes da DGH (Delegacia Geral de Homicídios) e do IML (Instituto de Medicina Legal) para a adoção dos procedimentos cabíveis na situação. Uma vez identificados os autores do crime, as providências serão adotadas conforme a legislação”, informou.
Outro trecho da nota afirma que “a direção do sistema lamenta o ocorrido por não compactuar com ações desta natureza e busca trabalhar para que o cumprimento de pena ocorra com a ressocialização, visando a reinserção social de todos os que passam pelo sistema prisional roraimense”, disse.
O CASO – No dia 6 de fevereiro deste ano, uma guarnição da Polícia Militar foi acionada para atender a uma ocorrência de homicídio no bairro São Bento, zona Oeste da Capital. Ao chegar ao local, uma das principais ruas do bairro, a equipe constatou que uma das vítimas estava morta e que uma segunda pessoa foi alvejada com um tiro e socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Depois de conversar com algumas testemunhas, o grupo de policiais responsável pela ocorrência foi informado de que se tratava de uma execução motivada por acerto de contas, possivelmente por envolvimento com o tráfico de drogas. Os PMs também identificaram a vítima como Kennedy de Lima Rodrigues, 26 anos, vulgo Nikinho.
As investigações apontaram Joel Bezerra como principal suspeito do homicídio. Quase dois meses após o crime, a justiça pediu a prisão preventiva, decretada pela Juíza Lana leitão, da 2ª Vara Criminal do Júri, entendendo que ele foi o autor dos disparos de arma de fogo que mataram Nikinho. Joel foi preso no último dia 04, na casa dele, localizada no bairro Raiar do Sol. Segundo a polícia, ele não reagiu à prisão.
Segundo a delegada da DGH, Miriam Di Manso, existem provas e depoimentos de testemunhas que presenciaram o assassinato, “que não deixam dúvida de que ele seja o autor e que o crime foi premeditado”. (J.B)