A concessionária Transnorte Energia S. A. (TNE), formada pela Eletronorte e Alupar, informou que as obras do Linhão de Tucuruí, que irá interligar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) a partir de Manaus (AM), devem ser concluídas somente em novembro de 2018.
Na manhã de ontem, representantes da empresa, da Eletronorte e Eletrobras Distribuição Roraima promoveram uma palestra na sede da Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fierr), onde prestarem esclarecimentos ao setor sobre a crise energética e os constantes apagões ocorridos no Estado.
Segundo o diretor técnico da Transnorte, Raul Ferreira, a empresa ainda aguarda a licença de instalação para retomar as obras do Linhão de Tucuruí. “Essa licença nos dá a autorização para começar a construção. Os estudos de Manaus até a fronteira da Terra Indígena Waimiri Atroari e dessa fronteira até Boa Vista já estão concluídos. Só precisa agora concluir dentro da terra indígena. A obra deve ser retomada em novembro deste ano”, informou.
Conforme ele, a conclusão da obra dentro do prazo previsto dependerá do esforço máximo de todos os órgãos envolvidos. “Se todos os órgãos levarem o seu tempo máximo para fazer o que tem que ser feito, nós teríamos essa licença para começar as obras apenas em novembro agora. Nós estamos contando com cerca de 24 meses para concluir a linha e, na medida em que concluirmos todos os projetos, vamos trabalhar no sentido de antecipar aquilo que for possível”, disse.
A licença de instalação dará à concessionária autorização para adentrar a terra indígena e realizar os estudos necessários. “Nesse trecho, são 122 quilômetros. Com a licença de instalação na mão, imediatamente mobilizamos os canteiros, porque boa parte das coisas estão contratadas. Já temos cabos adquiridos e contratos assinados. É só a gente ter o licenciamento que começamos a construção”, afirmou.
Ferreira reconheceu que o principal problema no entrave para o término do linhão se deve às questões burocráticas da obra. “Existe uma série de atividades que podem ser otimizadas. Não existe nenhum aspecto técnico ou questão de engenharia que a gente não consiga trabalhar da melhor forma possível. Hoje o nosso problema é burocrático”, declarou.
Conforme ele, as ações que correm por conta de procuradores amazonenses e de Roraima travam a retomada da construção. “Além do Amazonas, temos ações que correm por conta de procuradores do MPF em Roraima. Uma delas está suspensa por meio de uma liminar, e as outras iniciativas já foram tratadas no âmbito da Justiça Federal, ou seja, já temos uma decisão eliminando a suspensão”, frisou.
Já foram investidos cerca de R$ 260 milhões na obra. O consórcio é constituído 51% de parceiro privado e 49%, da Eletronorte. “O investidor privado está descontente e já se manifestou que se os problemas não forem resolvidos não será possível fazer. A expectativa é que sejam investidos mais de R$ 1 bilhão”, disse.
ELETRONORTE – O gerente da Eletronorte em Roraima, Roni Franco, classificou a atual situação energética no Estado como normal. “Não tem nenhuma previsão de corte e nem de nada. Caso haja algum corte da Venezuela, que não tem nada oficial, apenas suposições, as termelétricas estão prontas para atender a demanda de Roraima”, afirmou. (L.G.C.)