Cotidiano

Vigilância alerta sobre ovos clandestinos

Ovos de galinha estão sendo vendidos nas redes sociais sem nenhuma garantia de que tenham atestado de procedência sanitária

Por conta da falta de ovos de galinha no mercado, devido à limitação na oferta do produto pelas granjas locais, afetadas pelo forte calor durante o longo período de estiagem, muitos consumidores têm recorrido à venda clandestina.

De acordo com denúncia enviada à Folha, o produto está sendo vendido livremente em grupos de redes sociais, sem nenhum atestado de procedência sanitária. Em um dos anúncios, a cartela com 30 unidades está sendo vendida ao R$ 15,00, valor bem abaixo do oferecido nos supermercados da cidade. Alguns vendedores oferecem até serviço de entrega em domicílio.

“Há uma série de variantes que causam riscos à saúde humana. Porém, a mais conhecida delas é a contaminação por micro-organismos, sendo a salmonela a mais comum. Apesar de estudos comprovarem a proporção de um ovo contaminado para cada vinte mil, é uma doença que causa grande desconforto à pessoa que é infectada”, afirmou o analista municipal da Vigilância Sanitária de Boa Vista, Gilvani Cavalcante.

Segundo ele, dentro da dinâmica das competências fiscalizatórias, os governos federal e estadual são responsáveis por dar o aval de inspeção ao produto que será vendido no mercado. No caso do âmbito federal, a obrigatoriedade recai ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em âmbito estadual, a responsabilidade passa a ser da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr).

Nesse sentido, a função das Vigilâncias Sanitárias do Estado e Município seria apenas de verificar se os produtos passaram pelo aval dos órgãos competentes e se estão dispostos da forma mais adequada possível. “Nós procuramos rastrear a origem daquele produto e verificar se ele foi inspecionado por um dos órgãos anteriormente citados. A Vigilância não tem competência para entrar numa granja e ver o estado de saúde das aves, como está a produção de ovos, classificá-los, entre outras situações. Para isso existe um órgão competente, determinado pela Lei 1.283/1950”, explicou.

No caso de comprovação de irregularidade, o analista afirmou que o primeiro passo da equipe é a apreensão e inutilização do produto, sendo realizado, em seguida, o repasse da informação para o órgão responsável pela inspeção na origem.

“Essa ação é decisiva, justamente para que o órgão verifique o que está acontecendo e, quando não é possível a rastreabilidade, a gente apreende e inutiliza e procura colocar em xeque o comerciante, até porque a Lei 8.078/1990, do Código de Defesa do Consumidor, o coloca como corresponsável. Se ficar constatado que não houve inspeção na origem, não se tem garantia de que aquele ovo foi produzido em condições adequadas e que houve respeito ao calendário de vacinação das aves. Então, se o primeiro ponto foi burlado, ele não pode ir para o comércio”, salientou.

DENÚNCIAS – Apesar desse tipo de denúncia não figurar entre as demandas mais comuns, a fiscalização, somada à participação da sociedade, é fundamental para proibir infrações cometidas contra a saúde sanitária.

No caso da Vigilância Sanitária Municipal, a população pode contribuir ligando para a Central de Atendimento 156 ou comparecendo à sede do órgão, das 8h às 12h e das 14h às 18h, na Avenida Getúlio Vargas, Centro.

“Feita a denúncia, o órgão vai apurar a situação. É dado um prazo ao consumidor. Caso esse prazo se encerre e o órgão não tenha dado nenhuma resposta, o munícipe pode ligar  e perguntar o que ficou  definido em relação à reclamação dele”, destacou Gilvani Cavalcante. (M.L)