Após o anúncio do primeiro caso confirmado de gripe H1N1 em Roraima este ano, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) anunciou a abertura de processo licitatório para a aquisição de um aparelho que realiza o diagnóstico da doença. O equipamento será instalado no Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima (Lacen-RR), onde atualmente são coletados os exames.
A medida foi anunciada durante coletiva realizada na manhã de ontem, 14, na Sesau. Atualmente, todo material coletado no Estado é enviado para o Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém (PA), que também faz o diagnóstico de casos suspeitos dos estados das regiões Norte e Nordeste.
Segundo o secretário-adjunto de saúde, Paulo Linhares, o aparelho irá agilizar a espera pelo resultado dos exames. “A demanda do Instituto Evandro Chagas é alta é alta e o resultado demora a sair. Por isso, estamos comprando esse equipamento e o processo está aberto para que efetuemos a compra e façamos o exame aqui, inclusive realizando exames de outros estados no sistema de referência contra referência”, destacou.
Com a confirmação do primeiro caso de H1N1 em Roraima, o Governo decidiu antecipar a campanha de vacinação, que inicia no dia 18 de abril e encerra no dia 20 de maio. “Começaria no dia 30, que será o dia “D” de vacinação em todo o País e onde vai haver uma mobilização maior. Mas, como as doses chegaram de forma antes do previsto, decidimos antecipar”, disse.
O público-alvo da Campanha de Vacinação, determinado pelo Ministério da Saúde em todo o Brasil, foram classificados por nove subitens: Crianças de seis meses a menores de cinco anos; gestantes; puérperas; trabalhadores de saúde; povos indígenas; pessoas com mais de 60 anos de idade; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas; população privada de liberdade; funcionários do sistema prisional; e portadores de doenças crônicas não transmissíveis.
“As doses serão suficientes para o público-alvo. Serão 175 mil doses, 5% a mais que vieram no ano passado. Somente vamos estender as doses para outros quando finalizarmos a campanha, pois é preciso vacinar as pessoas prioritárias, porque essas têm chance de ir a óbito. Então, se a gente conseguir atingir o público-alvo, o restante da população deixa de estar suscetível”, informou a coordenadora de vigilância em saúde do Estado, Daniela Souza.
O CASO – O primeiro caso do ano de gripe H1N1 em Roraima foi detectado em uma paciente de 57 anos, que possivelmente teria sido infectada em outro estado, já que esteve realizando um Tratamento Fora de Domicílio (TFD) no Rio Grande do Sul.
Antes de retornar à Capital, a mulher fez escalas em São Paulo e Brasília, estados que registraram vários casos da doença, inclusive com óbitos. Após apresentar os sintomas, ela foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Roraima (HGR), onde realizou exames que confirmaram a doença.
“Não é um caso de produção nossa, de ter contraído o vírus em Roraima, mas só o fato de ela ter vindo de outra cidade, andado de avião, circulado em Boa Vista e ter ido para o hospital, é sinal de que o vírus esteja circulando aqui em Boa Vista e em todo o estado”, disse o secretário-adjunto de saúde.
Durante o tempo de internação, a paciente manteve contato direto com o marido, que não apresentou sintomas. “Ela já saiu da UTI e agora está internada no bloco apresentando bastante melhora. Hoje já não transmite mais, está para sair de alta e o único contato dela era o marido, mas já investigamos e ele não apresentou sintomas algum e não temos relato de outros casos”, afirmou Linhares.
O último caso registrado de H1N1 no Estado havia ocorrido no ano de 2014. Desde que passou a circular no País, em 2009, Roraima teve poucas ocorrências da doença, diferentemente de estados das regiões Sul e Sudeste, como São Paulo, que somente este ano já registrou 75 óbitos por H1N1.
Saiba quais são as formas de transmissão e prevenção
A transmissão ocorre da mesma forma que a gripe comum, ou seja, por meio de secreções respiratórias, como gotículas de saliva, tosse ou espirro, principalmente. Após ser infectada pelo vírus, uma pessoa pode demorar de um a quatro dias para começar a apresentar os sintomas da doença. Da mesma forma, pode demorar de um a sete dias para ser capaz de transmiti-lo a outras pessoas.
Os sinais da gripe H1N1 são muito parecidos com os da gripe comum, mas podem ser um pouco mais graves e costumam incluir algumas complicações também. Os sintomas são: febre alta, tosse, dor de cabeça, dores musculares, falta de ar, espirros, dor na garganta, fraqueza, coriza, congestão nasal, náuseas, vômitos e diarréia.
A prevenção de gripe H1N1 segue as mesmas diretrizes da prevenção de qualquer tipo de gripe, só que o cuidado deve ser redobrado: Evite manter contato muito próximo com uma pessoa que esteja infectada e procure lavar sempre as mãos com água e sabão e evite levar as mãos ao rosto e principalmente à boca.
Leve sempre um frasco com álcool-gel para garantir que as mãos sempre estejam esterilizadas e mantenha hábitos saudáveis. Alimente-se bem e coma bastantes verduras e frutas. Beba bastante água e não compartilhe utensílios de uso pessoal, como toalhas, copos, talheres e travesseiros. Se achar necessário, utilize uma máscara para proteger-se de gotículas infectadas que possam estar no ar. Evite frequentar locais fechados ou com muitas pessoas. Verifique com um médico se há necessidade de tomar a vacina que já está disponível contra a gripe H1N1. (L.G.C)