Política

Ângela Portela diz que vai trabalhar para barrar impeachment no Senado

Senadora petista critica os sete deputados que foram favoráveis ao prosseguimento do processo de impeachment, no domingo

“Uma luta pela democracia”.  Assim a senadora Ângela Portela (PT) definiu a disputa dos votos que decidirão o destino do mandato da presidenta Dilma Rousseff (PT). Ela anunciou que vai trabalhar politicamente para que o pedido de impeachment seja derrotado no Senado.

“Eu seguirei firme contra esse golpe parlamentar ilegítimo e vou trabalhar junto aos meus colegas para que ele seja finalmente barrado. Tenho certeza de terei junto comigo os democratas de Roraima”, afirmou.

A senadora lamentou que sete dos oito deputados de Roraima tenham optado por aprovar um “processo totalmente artificial, criado com pretextos legais e impulsionado por forças políticas que querem apenas a manutenção de seus privilégios”. O único voto contra o impeachment, na Câmara Federal, foi do deputado Édio Lopes (PR).

“A presidenta Dilma tomou diversas medidas para criar condições de desenvolvimento para Roraima, que não foram reconhecidas por esses parlamentares”, afirmou, citando o fim da obrigatoriedade do Parque Lavrado e o destravamento das obras do Linhão de Tucuruí, que integrará Roraima ao Sistema Interligado Nacional por meio de Manaus (AM).

Para a senadora, ficou claro que a Câmara decidiu por razões políticas, e não com base nas chamadas “pedaladas fiscais” que teriam sido praticadas pela presidenta. “Vimos tantos deputados claramente defendendo seus interesses políticos mais imediatos, muitos deles tentando livrar a cara em investigações de corrupção, a começar pelo líder do golpe, Eduardo Cunha [presidente da Câmara, do PMDB]. Os jornais já falam em manobra para livrá-lo da cassação. Teríamos o absurdo de uma presidenta legítima e honesta derrubada pelas manobras de um deputado com contas no exterior não declaradas à Receita Federal”, frisou a senadora.

O processo já seguiu para o Senado, onde a senadora espera que possam ser levados em consideração os aspectos legais da acusação. “O Senado tem uma tradição de maior equilíbrio, de analisar os processos com mais calma e de modo mais aprofundado. Nossa expectativa é mostrar que esse processo até aqui é totalmente artificial, sem qualquer embasamento legal”, disse Ângela Portela. (JL)