A falta de pavimentação e infraestrutura das vias do bairro Centenário, zona Oeste da Capital, têm sido um transtorno para os moradores. Sem asfalto, a água acumulada da chuva forma um lamaçal que impossibilita o tráfego nas ruas. No período seco, é a poeira que incomoda os moradores.
Conforme a moradora da Rua Tia Sabá, Izabel Braga, que reside há 12 anos no local, todos os anos, quando chega o período de chuva, a situação fica crítica. “Às vezes, não conseguimos sequer ir ao trabalho por conta da lama”, disse.
Os automóveis também são prejudicados com a falta de pavimentação. “Muitos veículos atravessam pelo meu quintal porque a rua é intrafegável. Alguns carros se arriscam ao passar por aqui e, quando chega o verão e a água seca, encontramos algumas placas no chão”, disse.
Em tempos de calor e sol, a poeira é outro problema para os cidadãos. “A gente limpa a casa e pouco tempo depois está tudo sujo. É ruim tanto para nós como para as crianças, sabendo que a gente pode acabar contraindo doenças respiratórias”, afirmou Izabel.
Segundo ela, o poder público anuncia que realizará o asfaltamento da via há anos, mas não cumpre a promessa. “Nós queremos que pelo menos façam a pavimentação da rua. São muitos moradores prejudicados. A Prefeitura precisa olhar para nós”, frisou.
Geraldo da Silva Teixeira, que também mora na via há 18 anos, afirmou que a vizinhança tentou inúmeras vezes buscar melhorias junto aos órgãos responsáveis. “Em todo esse tempo, nós já fizemos alguns abaixo-assinados e fomos à Prefeitura várias vezes, mas o problema não foi resolvido”.
O resultado das reclamações da comunidade não foi positivo. “Quando fazemos alguma reivindicação, eles mandam uma máquina pesada só para dar uma raspada na rua, o que não é o suficiente. Inclusive, no sistema da Prefeitura, essa via consta como asfaltada, mas é uma informação falsa”, denunciou Geraldo Teixeira.
Alunos das escolas da região sofrem para chegar ou sair da instituição de ensino. “A rua fica intransitável quando chove. As crianças da Escola Estadual Carlo Casadio, por exemplo, atravessam a Rua Tia Sabá com os sapatos na mão. As possas de lama não permitem a locomoção normal como deveria ser. Além disso, à noite é ainda mais perigoso devido à falta de iluminação”.
Outro residente do bairro, Alessandro Padilha, disse que a Rua San 27, principal acesso à Casa Mãe da região, está em uma situação crítica. “A rua é bastante movimentada e precisa de melhorias. No verão, a poeira vermelha é insuportável e agora, no inverno, é intrafegável para os pedestres. É impossível caminhar”.
Padilha fez um apelo às instituições responsáveis. “Em nome dos moradores e de pessoas que utilizam a via, solicito da Prefeitura providências urgentes, pois várias ruas já foram asfaltadas e essa, sendo uma via principal, ainda não”, complementou.
PREFEITURA – Em nota, a Prefeitura de Boa Vista informou que aguarda a execução da infraestrutura primária no bairro Centenário, ou seja, a implantação da rede de esgoto sanitário, que é responsabilidade do Governo do Estado. “A Prefeitura está estudando uma maneira de incluir as ruas nos projetos de pavimentação asfáltica previstos para o bairro Centenário. Aguardaremos a realização dos serviços primários”, informou.
Conforme a nota, em relação à iluminação pública das vias, a Secretaria de Obras enviará uma equipe para avaliar a situação e, a partir daí, tomar as devidas providências.
GOVERNO – De acordo com a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf), as obras da rede de esgoto, no Centenário, estão previstas para começar a partir do dia 25 de abril. “A prioridade será a execução das obras nas ruas onde ainda não existe asfalto. Isso contribuirá para que, logo após o término dos serviços, o local seja liberado para que a Prefeitura de Boa Vista execute o serviço de asfaltamento”, ressaltou.
Na nota, o Governo do Estado disse que pede a compreensão da população diante das obras de esgotamento sanitário. “São de suma importância para a melhoria da qualidade de vida da população. Por isso, pedimos paciência à sociedade. Esse é um benefício para todos”. (B.B)