A primeira etapa da campanha de vacinação contar a aftosa, que terminaria no próximo sábado, dia 30, foi prorrogada até o dia 30 de maio, segundo afirmou o superintendente da Secretaria Federal da Agricultura em Roraima (SFA), Plácido Alves, dando ao produtor mais 30 dias para cumprir a meta de vacinar 100% dos gados no Estado.
Ele informou que o pedido inicial feito pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (Aderr) junto ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), no início do mês, era de apenas 15 dias, mas a SFA resolveu solicitar um prazo maior para a Coordenação Central do Programa Nacional de Febre Aftosa, do Departamento de Sanidade Animal do Mapa.
“Recebemos o pedido da Aderr solicitando para prorrogar o prazo por mais 15 dias. Reunimos nossos técnicos, produtores e empresários do ramo e decidimos enviar o pedido para Brasília solicitando um prazo de 30 dias, o que foi confirmado em documento enviado no final da tarde desta segunda-feira e imediatamente comunicamos a Aderr”, disse.
Plácido afirmou que o Mapa acatou o pedido devido à situação emergencial pela qual o Estado passou recentemente, com a seca que atingiu a Capital e os municípios do interior. “Com a longa estiagem, houve atraso no remanejo do rebanho e boa parte do gado ainda está solta nos campos, o que dificulta a vacinação neste momento, já que o produtor teve que esperar o tempo melhorar, a chuva voltar e o pasto crescer para poder fazer o remanejo do gado que estava muito sacrificado em função da estiagem”, frisou.
COLETIVA – Em entrevista coletiva na manhã de ontem, na sede da Aderr, o presidente da Agência de Defesa, Vicente Barreto, disse que, com a confirmação do pedido de prorrogação, os produtores terão até 30 de maio para vacinar e a notificação até o dia 15 de junho.
“A solicitação foi feita no começo deste mês numa reunião que tivemos no Ministério da Agricultura. Colocamos essa necessidade de ter a prorrogação devido à forte estiagem e já saímos de lá com a parte técnica fechada de que haveria prorrogação. Estávamos aguardando a oficialização para emitir essa notícia para que não ocorra desentendimento no setor, o que é prejudicial para o sistema de Defesa, que tem que falar uma mesma linguagem, e que a Aderr dê a última palavra em relação a ações de Defesa Sanitária no Estado”, frisou.
Barreto destacou a parceria com o Ministério da Agricultura, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária (Seapa) para realizar a Agulha Oficial nas áreas indígenas contínuas e que fazem fronteiras com a Venezuela, ao Norte e Nordeste do Estado.
“A Agulha oficial acontece apenas em áreas contínuas das terras indígenas de São Marcos [Norte] e Raposa Serra do Sol [Nordeste], em que o Governo do Estado doou 50 mil doses de vacina e se cria um acordo técnico entre Aderr, Ministério da Agricultura e Funai para fazer a vacinação”, frisou. (R.R)
Campanha deve atingir 820 mil bovinos
O presidente da Agência de Defesa, Vicente Barreto, afirmou que, com a prorrogação por mais 30 dias, a Aderr vai manter a mesma metodologia para alcançar a meta de 100% da vacinação de aproximadamente 820 mil bovinos no Estado, além de continuar na luta pela classificação de Estado livre de aftosa com vacinação. Até a manhã de ontem, já haviam sido comercializadas 280 mil doses da vacina.
Barreto explicou que a média de rebanho vacinado nesta primeira etapa de 2016 será maior que as demais devido ao período de estiagem ter atrapalhado a venda do gado de corte na época. “A expectativa é de vacinarmos um rebanho de 820 a 850 mil, já que não houve a venda do gado para o abate devido ao período de seca. Na segunda etapa, em outubro, deve haver a redução desse número devido à comercialização de animais”, frisou.
Ele citou ainda a pesquisa de sorologia que foi feita no ano passado no Estado para verificar a circulação viral no Estado, que serve de avaliação de status de médio risco para livre de aftosa com vacinação. “Vamos passar por outra amostragem de sorologia para saber da eficiência dessa vacina, por isso é importante que todo rebanho esteja vacinado. O produtor tem que ter a consciência de vacinar seu rebanho”.
El afirmou que a prorrogação vai trazer mais tranquilidade para o produtor comprar sua vacina e vacinar seu rebanho. “O produtor está mais tranquilo com a prorrogação e poderá vacinar seu gado, o que não podia ser feito antes devido à estiagem e queimadas que assolaram o Estado e enfraqueceram muito o gado”, disse.