Política

Flamarion afirma que empresários são coagidos a compactuar com crime eleitoral

Deputado apresentou relatório do Tribunal de Contas e deu detalhes do suposto esquema para desviar dinheiro público para a campanha eleitoral

De posse da decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que na segunda-feira suspendeu qualquer pagamento superior a R$ 10 mil pelo Governo do Estado até a próxima segunda-feira, 27, quando terminam as eleições, o deputado Flamarion Portela (PTC) afirmou que empresários locais estariam sendo coagidos a compactuar com a compra de votos neste segundo turno.
O parlamentar apresentou uma lista com 18 empresas pagas pelo governo no último dia 13, supostamente com dinheiro do repasse do FPE (Fundo de Participação dos Estados) do dia 10. Conforme ele, houve casos de empresas que receberam 30, 79 e até 115 faturas no mesmo dia, totalizando mais de R$ 35 milhões. “O Estado alega que não tem recurso, não passa o dinheiro do duodécimo, que é constitucional e legal. Aqui [disse apontando a listagem] cai por terra todo esse argumento. Utilizou dinheiro do FPE e pagou as empresas, não honrando com o pagamento do duodécimo dos poderes”, declarou.
Ele citou a proposta feita pelo conselheiro Marcus Hollanda, aprovada pelo pleno do TCE, “que consagrada determinadas questões que são absoltamente entristecedoras”, segundo ele. O deputado leu trecho do documento que diz que “as denúncias dão conta que o então governador e atual candidato Chico Rodrigues se valeria do cargo para, com o apoio de empresários locais, lesar o erário em benefício de sua campanha”.
“Está dito aqui de forma clara que o esquema foi orquestrado para a compra de votos. O empresário recebe o valor total da suas faturas, fica com 50% e repassa 50% para isso”, denunciou o deputado.
Flamarion citou ainda outro trecho do documento do TCE que aponta que o suposto esquema para compra de votos seria operado por servidores públicos, “que seriam coagidos a transportar e efetuar pagamentos referentes à compra de votos – tudo isso, frise-se, com dinheiro público”. “Ouvi isso na semana passada, na minha casa, da boca de um assessor do Governo do Estado que está na campanha do governo. Tenho testemunha de que ele contou que os empresários estariam sendo chamados para receber suas faturas e, aqueles que aceitassem, seriam pagos, e os que não, seriam excluídos da lista”, frisou.