Política

Ângela e Telmário Mota assinam carta pedindo que Dilma apoie novas eleições

Senadores sugerem apoio de Dilma à PEC que convoca novas eleições para mandato de dois anos e plebiscito sobre fim do governo do PT

Um grupo de senadores entregou uma carta, nesta quinta-feira, 28, à presidente Dilma Rousseff (PT) propondo-lhe uma solução para a crise política. Dentre os parlamentares que compõem o grupo, estão os senadores roraimenses Telmário Mota (PDT) e Ângela Portela (PT).

A carta pede que a presidente apoie uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que solicita novas eleições em outubro, para um mandato de apenas dois anos, ou que mande ao Congresso uma proposta de plebiscito sobre o fim do governo que viabilize novas eleições a fim de driblar a impossibilidade constitucional.

Ainda no pedido, é proposto que haja eleições presidenciais ainda neste ano, sejam simultâneas aos pleitos municipais em outubro. De acordo com Telmário Mota, a carta é importante para que o País possa escolher quem será o melhor representante para “reordenar o Brasil”. “Nesse momento, a saída é ter uma eleição direta, é entregar para que o povo escolha seus representantes, e não entregar o País de mãos beijadas para essa gangue que está querendo assumir o poder de qualquer forma”, ressaltou.

Para a senadora Ângela Portela, os parlamentares estão sugerindo alternativas para que a presidente supere a crise política. “A carta não pede a renúncia da presidente. O que nós queremos é tentar contornar a crise política a partir do mais alto cargo político, partindo dela essa atitude para chancelar a vontade do povo”, disse.

APOIO DE LULA – Conforme foi divulgado pela imprensa nacional, no início da semana, o assunto foi tema de conversa entre Dilma, Jaques Wagner e Lula em almoço no Palácio da Alvorada. Segundo relatos, Jaques Wagner já está convencido de que esta seria a melhor alternativa para o PT e o governo neste momento. Assim, o ex-presidente teria apoiado o grupo de senadores para que elaborassem a carta. (JL)

Senadora diz que população não deve se iludir com ‘golpistas’

A senadora Ângela Portela afirma que os políticos que planejam a derrubada da presidenta Dilma Rousseff (PT) dão pistas das políticas recessivas que estão sendo preparadas caso haja impeachment no Senado. Segundo ela, a receita já está preparada: cortes em programas sociais, diminuição na idade mínima de aposentadoria e aumento de impostos.

“O processo de impeachment é fruto de um acordo entre elites econômicas, grupos políticos derrotados em 2104 e parlamentares desesperados por se verem livres das investigações da Lava Jato. Cada grupo vai querer cobrar a sua parte se conseguirem derrubar a presidenta Dilma”, frisou.

Ângela disse que a vitória de Dilma em outubro de 2014 jamais foi assimilada. “Desde então, os derrotados vêm tentando impedir o governo. Primeiro, questionando o resultado das urnas, depois criando o frágil pretexto das pedaladas fiscais como razão para o impeachment e, em prejuízo do País, criando dificuldades para o ajuste da economia”, complementou.

Essas forças políticas, segundo ela, recebem apoio maciço de grupos econômicos que costumam se beneficiar das benesses do Estado, mas que querem aumentar o custo social dos problemas econômicos do País. “É o caso da Fiesp [Federação das Indústrias de São Paulo] que, usando dinheiro público, tem feito forte campanha pelo impeachment”, disse Ângela Portela.

“Há ainda o grupo de parlamentares envolvidos em denúncias de corrupção, citados em delações de todo o tipo, respondendo a vários processos no Supremo Tribunal Federal, que deseja trocar o impeachment por um tratamento mais brando da Justiça. Alguns até têm assumido posições destacadas nas articulações do governo golpista”, destacou.