Cotidiano

Folha ajuda família a encontrar pais

Pais de uma paraense, que moram no Município de Rorainópolis, entraram em contato no mesmo dia que a matéria foi publicada

Fazia 28 anos que a paraense Maria Ramos Macedo, de 59 anos, sequer ouvia a voz dos pais, que se mudaram para Roraima em 1978 e nunca mais deram notícias. O primeiro contato depois de todo esse tempo aconteceu esta semana, na manhã de quarta-feira, no mesmo dia em que a Folha noticiou o caso.

Desde o fim de semana que Maria vinha entrando em contato com a Folha à procura de seus pais, Manuel Ramos Macedo, mais conhecido como Badu, e dona Luzia Ramos Macedo, ambos com aproximadamente 80 anos. As poucas informações que tinha sobre o paradeiro foram suficientes para que uma irmã de Maria, que mora em Rorainópolis, entrasse em contato com ela e desse notícias sobre os pais.

“Eles ligaram para mim ontem [anteontem], a minha irmã que mora aí em Roraima, e meus pais. Ela falou que logo que viu a matéria, me ligou e graças a Deus deu tudo certo. Para mim, foi uma sensação indescritível. Chorei muito por ter tido a oportunidade de falar com minha mãe e meu pai depois de tanto tempo”, comentou Maria.

Ela disse que pretende vir a Roraima na segunda quinzena de maio para reencontrar a família e matar a saudade. “Eles querem que eu vá para Roraima e pretendo ir até o dia 15 de maio para reencontrar meus pais. Estou ligando a toda hora para eles para não perder mais contato”, disse.

Conforme ela, os pais são agricultores e saíram do Município de Xinguara, no Estado do Pará, há quase 30 anos, com destino ao Sul do Estado, hoje Município de Rorainópolis, onde teriam conseguido um lote de terras em uma das colônias agrícolas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). À época, o local era chamado de “Vila do Incra”. “Eu era casada e tinha ido morar em outra cidade no Pará. Quando voltei, já não encontrei mais eles. Fiquei morando aqui e descobri que todos tinham ido para Roraima”, relatou.

Maria afirmou que, sem a ajuda da Folha, jamais poderia ter reencontrado os pais. “Entraram em contato comigo poucas horas depois de ter saído a matéria. Eu pensei que fosse demorar para encontrar meus pais, e agradeço à Folha pela ajuda que me deu”, frisou.

REENCONTROS – Ao longo dos anos, o espaço dado pela Folha às famílias que procuram por parentes distantes ou desaparecidos tem tido resultados positivos e reencontros emocionantes. Um dos casos, noticiado em setembro do ano passado, narrou o drama pessoal da esteticista Dalva Magalhães, que procurava pela filha, com quem havia perdido contato há 31 anos, quando ainda era bebê. O reencontro ocorreu dias depois.

Outro caso noticiado nas páginas do jornal, no mês passado, foi o do morador de rua Gilberto Scarello, de 67 anos. Depois de ter sua história contada, a família, que é do Rio Grande do Sul, reconheceu-o pelas redes sociais e agora quer ajuda para reencontrá-lo e levá-lo de volta ao seu Estado. (L.G.C)