O cancelamento de cirurgias no Hospital Geral de Roraima (HGR), maior unidade de saúde do Estado, voltou a ser uma realidade. Pelo menos no setor de ortopedia. De acordo com denunciantes, que procuraram a FolhaWeb na manhã de hoje (4), as cirurgias estão sendo canceladas por falta de material.
Um paciente, morador de Vila Colina, está há 18 dias internado no HGR por conta de uma fratura no fêmur e ainda não passou por procedimento cirúrgico. Ele foi informado que não há previsão de quando passará por cirurgia e está com medo de contrair uma infecção no hospital.
Este não é o único caso. Uma paciente, internada desde a semana passada após um acidente automobilístico, passaria por cirurgia na segunda-feira (2) e foi informada naquele mesmo dia que, pela falta de material, o procedimento não poderia ser feito. “Não nos dão uma previsão. Dizem que talvez só daqui a 15 dias”, relatou à FolhaWeb.
A reclamação para na falta de material. “Estamos sendo muito bem atendidos. Quanto a humanização dos servidores, não temos do que reclamar. Mas a falta de material nos preocupa, por conta do risco de infecção”, disse um familiar de um dos pacientes, que pretende fazer denúncia no Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR).
OUTRO LADO
Em nota, a Secretaria de Comunicação Social do Governo de Roraima informou que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) está adotando todas as medidas para retomar o quanto antes a realização das cirurgias eletivas, ou seja, aquelas em que os pacientes podem esperar por não haver risco iminente de complicações mais preocupantes. “São pacientes que aguardam pelo procedimento em casa, salvo exceções”, informou.
Ainda segundo a Sesau, a medida foi necessária para garantir que as cirurgias de urgência, que envolvem risco imediato de morte, não sejam afetadas e continuam sendo realizadas normalmente. “Isso porque a empresa vencedora da licitação para fornecimento de material médico-hospitalar deixou de entregar 163 itens previstos na compra, provocando uma redução no estoque”, explicou.
A Sesau está adotando todas as medidas previstas na lei 8.666/13, a Lei de Licitações, para garantir que a empresa cumpra o contrato, sob risco de ser penalizada. “Com normalização do estoque, o que está previsto para ocorrer nos próximos dias, as cirurgias de pacientes que não correm risco iminente de morrer serão reagendadas e os pacientes serão contatados pelo setor de agendamento do Hospital Geral de Roraima”, assegurou o Governo de Roraima.