Estudantes da Escola Estadual Ana Libória, localizada no bairro Mecejana, zona Oeste da Capital, reclamaram da merenda servida, no sábado, 14, durante a reposição de aula. No cardápio oferecido aos alunos, havia apenas a opção de farinha com pedaços de calabresa, sem bebida.
À FolhaWeb, um dos alunos, que preferiu não se identificar, afirmou que o problema da falta de merenda adequada vem ocorrendo há várias semanas. “Já não é fácil para nós ter que vim para a escola no sábado e ainda somos obrigados a comer farinha? Já serviram leite com bolacha, só leite, outros dias nem merenda teve”, disse.
Revoltados, outros estudantes decidiram publicar fotos da merenda servida na escola em páginas do Facebook e grupos do Whatsapp. “Veja só o que serviram hoje aos alunos do Ana Libória. Farinha com alguns picadinhos de calabresa. Tinha mais farinha do que calabresa”, reclamou um dos alunos.
Uma das alternativas para os alunos não ficarem sem merenda seria a compra de lanches em cantinas, mas o governo publicou, no início do ano, uma portaria determinando a desativação de 131 cantinas que funcionavam nas escolas estaduais da Capital e do interior.
À época, o governo alegou que a mudança tinha como objetivo oferecer uma alimentação saudável para os alunos sem doces, frituras e refrigerantes. Com a medida, a merenda nas escolas passaria a ser exclusivamente gratuita e fornecida pelo governo.
Outra medida implantada pelo governo para evitar a falta de merenda escolar foi a retomada, em novembro do ano passado, do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Para que voltasse à ativa, o governo quitou uma dívida de R$ 563 mil com 141 produtores, atendidos entre os anos de 2012 e 2013. A ideia era comprar alimentos produzidos pela agricultura familiar, com dispensa de licitação, que seriam distribuídos de forma gratuita a 350 instituições como escolas, creches e entidades filantrópicas.
OUTRO LADO- Em nota encaminhada à FolhaWeb, o Governo do Estado informou que a denúncia não procede e que a escola está abastecida com merenda escolar.
“A Seed (Secretaria Estadual de Educação e Desportos) já está em processo de licitação e aquisição dos gêneros para complementar os itens já existentes no Depósito Central e nas escolas para o cardápio da merenda escolar. Ressaltamos que o investimento neste ano em merenda escolar será de R$ 25 milhões”, disse.
No ano passado, segundo o Governo, foram investidos na Agricultura Familiar aproximadamente R$ 1 milhão, por meio da Cooperativa de Produtores Rurais CoopHorta. Para este ano, o contrato com a cooperativa foi renovado. O investimento estimado é de R$ 6 milhões, com total de 24 produtos entre verduras, legumes e frutas.
“Em fevereiro deste ano, já foram entregues mais de 173 toneladas de gêneros alimentícios nas escolas do Estado. Os itens que as escolas receberam foram carne, frango, charque, feijão, macarrão, sardinha, extrato de tomate, coco ralado, farinha de mandioca, farinha de tapioca, milho branco, óleo, sal, vinagre, suco, açúcar, leite, biscoito, abóbora, abobrinha, cheiro verde, couve, macaxeira, tomate, milho, laranja, melancia, melão e mamão, entre outros. Os produtos são entregues a cada 10 dias nas escolas da Capital, a cada 20 dias nas escolas do interior e a cada 40 dias na região onde o transporte é feito por meio aéreo”, frisou.