Cultura

Conheça como funciona a Dieta da Sirtuína e entenda os riscos

A nutricionista Patrícia Cruz explica como funciona a dieta e alerta para os riscos da nova dieta da moda

Uma nova dieta que vem ganhando cada vez mais adeptos é a ‘sitfood diet’. A moda da dieta da sirtuína, como é chamada no Brasil, está fazendo sucesso entre aqueles que buscam novas formas de emagrecer. Criada nos Estados Unidos por dois nutricionistas, a dieta se baseia na ingestão de alimentos fontes de sirtuína durante trinta dias. A dieta é dividida em duas partes: uma mais agressiva e a outra para manter o ritmo da dieta.

Para a nutricionista Patrícia Cruz, qualquer dieta deve ser instruída por um especialista ou ter acompanhamento médico. “Os estudos mostram que a expressão aumentada da sirtuína pode estar relacionada à longevidade e também diferenciação celular entre outros. Ainda assim, apesar da dieta moda do momento, não há evidência científica comprovada da dieta”, contou. A sirtuína está presente em alimentos como maçã, salsa, alcaparra, chá verde, soja, morango, cebola roxa, rúcula, couve, vinho tinto, azeite e frutas cítricas.

Como funciona?

Ela explica que, segundo os autores da dieta, a primeira etapa consiste no consumo de 1.000 calorias durante três dias. Nessa fase, somente os alimentos que contêm sirtuína são permitidos. São eles: maçã, salsa, alcaparra, chá verde, soja, morango, cebola roxa, rúcula, couve, vinho tinto, azeite e frutas cítricas.

Após o terceiro dia da dieta, o valor calórico aumenta para 1500 kcal, porém os alimentos permitidos continuam os mesmos. Para beber, pode incluir o suco verde. A segunda etapa dura duas semanas, com três refeições completas, suco verde e somente alimentos fontes de sirtuína.

Após três semanas, pode ser feito o aumento gradativo do consumo de calorias e incluir novos alimentos. Para os especialistas, as sirtuínas são proteínas envolvidas na regulação do envelhecimento, na sinalização endócrina e em outros processos no organismo.

“A sirtuína também pode ser encontrada nas leveduras. De acordo com a dieta, os principais benefícios da proteína são a regulação da expressão genética e a prevenção ao surgimento de doenças como diabetes e câncer”, relatou.

Segundo ela, alguns estudos mostram que após longos períodos de jejuns, a expressão da sirtuína aumenta. “A partir daí foi levantada a hipótese de que ajudaria na queima dessa gordura, isto é, na oxidação de gordura” contou.

Apesar de a dieta ser popular, não existe comprovação de que a dieta realmente funcione. “É mais uma dieta que faz restrições sem que haja evidências. Até mesmo os alimentos ditos como fontes têm pouca referência. Os estudos ainda são controversos quando relacionam restrição calórica com o aumento da transcrição de sirtuína, levando à longevidade”, explica Patrícia.

A nutricionista ainda explica que as dietas não funcionam da mesma forma em todo mundo, por isso é necessário um acompanhamento médico na hora de emagrecer.

“Não se deve pensar que uma dieta funciona sem levar em consideração o peso, as preferências e estilo de vida de cada um. Uma redução de peso saudável deve ter incorporação de hábitos alimentares saudáveis compatíveis. Também é necessário discutir com o paciente o peso saudável versus o peso desejado”, explica Patrícia.

Segundo ela, quem quer emagrecer de forma saudável deve procurar um profissional nutricionista. “É preciso ter em mente que o processo será em médio e longo prazo. “Não há ‘sair’ da dieta ou ‘entrar’ em dieta. É preciso organizar horários, prestar atenção na quantidade de água e começar a fazer um diário alimentar de todos os alimentos consumidos ao longo do dia”, explica Patrícia.

Cuidados com a dieta

A nutricionista também alerta para os riscos de seguir as dietas “da moda”, pois a maioria das dietas não possui comprovação científica. Para ela, parece ser mais uma dieta da moda, com restrição severa de alimentos e que não promove melhora no hábito alimentar. Portanto, pode sim promover a redução de peso, devido à restrição alimentar, porém o reganho de peso é fato e certeiro.

“Não encontrei nos alimentos permitidos como estimuladores da expressão da sirtuína e nem como contendo sirtuína. É preciso observar que tipo de análise eles alimentos passaram, que estudos foram feitos, número de população estudada”, reforçou.