A reposição automotiva é um dos setores que ganhou fôlego com a atual crise econômica que assola o País. Enquanto as concessionárias tentam criar estratégias para combater os pátios lotados, a indústria de reposição vem crescendo. As lojas de venda de peças em Roraima têm faturado neste período. O aumento nas vendas gira em torno de 30%. As peças mais vendidas são pastilhas de freio, amortecedores, disco de embreagem, pneus, entre outras.
“Observamos que neste período o movimento melhorou muito. Acredito que ocorra devido ao cidadão ter perdido poder financeiro para comprar um carro novo. No momento, ele só tem dinheiro para ajeitar o carro. É a crise”, disse Leandro de Almeida, 33 anos, vendedor de uma loja de peças automotivas no bairro Pricumã, zona Oeste.
A crise financeira provocou a queda na venda de veículos novos, mas fez aumentar, em Roraima, o movimento nas oficinas mecânicas e lojas de venda de peças automotivas. É que na crise os donos de veículos preferem consertar o carro a comprar um zero quilômetro.
O empresário Rodrigues Filho, de 50 anos, dono de um restaurante na zona Oeste, disse que o momento não é favorável para comprar carro novo porque o preço subiu com a alta dos juros. “Todo ano troco de carro, mas neste o dinheiro ainda não deu. A crise fez cair o movimento em meu restaurante. Trabalho no vermelho”.
Mas se de um lado a situação é preocupante, de outro os donos de oficinas não reclamam. O movimento aumentou 30% neste período devido à crise e às chuvas. “Quem tem carro só tem dinheiro hoje para consertá-lo. E como está chovendo, mais carros quebram nesta buraqueira”, explicou o mecânico Arthur Gomes, de 60 anos.
As oficinas na região do Trevo, na divisa dos bairros São Vicente e Pricumã, estavam movimentadas neste final de semana. Os donos de carro tinham que agendar dia e hora para o conserto. Arthur Gomes disse que as panes mais recorrentes ocorrem nos sistemas de suspensão e parte elétrica dos veículos.
“A gente está trabalhando em dobro neste período. Muita gente que trocava o carro todo ano, neste não o trocou porque o dinheiro está difícil. Por isso o dono prefere consertá-lo. Para melhorar ainda mais o movimento, a chuva também rende prejuízos aos condutores, pois a buraqueira na cidade quebra os carros”, disse o mecânico. (AJ)