Política

PF prende dois PMs acusados de facilitar fuga de ex-governador

Policiais militares são lotados na Casa Militar do Governo de Roraima e estariam atuando como “batedores” para facilitar fuga

A Polícia Federal prendeu, no domingo, dois policiais lotados na Casa Militar do Governo de Roraima, suspeitos de atuarem como “batedores” na fuga do ex-governador Neudo Campos, que teve sua prisão novamente decretada semana passada pela Justiça Federal.

O sargento J.S. F.S. e soldado Y.M.S. P. foram presos em abordagem na BR-174, na ponte do Cauamé, sob acusação de crimes de associação criminosa e favorecimento pessoal, que são inafiançáveis, e estão recolhidos ao quartel do Comando de Policiamento da Capital (CPC) da Polícia Militar. O inquérito será concluído em 15 dias. Com eles, a PF apreendeu celulares, armas e rádio pertencentes ao Estado.

O delegado Alan Robson, chefe da equipe responsável pela captura, disse que a Venezuela, na fronteira Norte do Estado, pode ser o destino do ex-governador. Afirmou que as buscas continuam e que estão cada vez mais próximos de prendê-lo. “Neste caso, o uso da máquina estatal é o que nos preocupa. A dupla trabalhava com objetivo de remover o ex-governador de Boa Vista para a Venezuela. Usavam armas e rádio da corporação policial”.

Por enquanto, as investigações da Polícia Federal indicam que Neudo Campos continua em Roraima. As residências do ex-governador nos municípios de Pacaraima, fronteira com a Venezuela, e Amajari, Norte do Estado, onde ele tem uma fazenda, além da residência na Capital, seguem monitoradas por agentes federais. “Todos que participaram dessa fuga e da ocultação da fuga do ex-governador serão presos e indiciados em inquérito policial”, frisou o delegado.

Além de Neudo Campos, a médica Suzete Macedo, esposa do senador Telmário Mota (PDT), também está foragida.

A Folha procurou a assessoria jurídica do ex-governador, mas não obteve retorno. Também enviou email solicitando posicionamento do governo de Roraima, mas até o fechamento da matéria não obteve resposta.

O CASO – O ex-governador foi condenado por peculato pelo seu envolvimento no esquema de desvio de verbas públicas, conhecido como “escândalo dos gafanhotos”, que consistia no cadastramento de funcionários “fantasmas” na folha de pagamento do Estado.  O período de reclusão previsto para o ex-governador é de 13 anos e quatro meses, em regime fechado.