Depois de pouco mais de um ano que os moradores da rua Professor Clovis Souza, no bairro Cinturão Verde, zona Oeste, conseguiram o asfalto na via, melhorando a qualidade de vida das pessoas com a ausência de lama no inverno e poeira no verão, os moradores agora se mostram preocupados com os problemas que novas construções estão provocando ao quebrarem o asfalto, deixando buracos. Eles se reuniram para tomar medidas e cobrar dos responsáveis o reparo ao patrimônio público e pedem providências de fiscais da Prefeitura.
“Lutamos muito para conseguir esse asfalto, e depois que a Prefeitura asfaltou, colocou meio-fio e a sinalização horizontal e vertical, chegam novas construções e quebram para passar canos de água e de esgoto”, disse José Ribamar, um dos primeiros moradores da rua e autor de um abaixo-assinado, há dois anos, pedindo o asfaltamento da rua. “Não somos contra as novas construções, que sejam bem-vindas e que tragam novos moradores. O que queremos é que, se danificou o asfalto, que assuma o conserto e que faça bem feito para não ceder depois e piorar a situação”, disse.
A Folha esteve no local e constatou que um dos buracos já virou cratera, onde cabe a roda de um carro. Segundo relato do morador Erasmo Carlos de Paiva, um motorista desavisado passou no local e danificou o veículo. “Ele não conhecia a rua e não percebeu o buraco, à noite, e acabou danificando a roda do carro e arrebentou a parte da frente do veículo. Por pouco não houve um acidente maior”, frisou.
Ele culpou as pessoas que estão fazendo novas construções e que não estão tendo o cuidado de tapar os buracos. “Não sabemos se é com ou sem autorização dos órgãos públicos, mas o fato é que estão rasgando o asfalto novo e não podemos mais tolerar isso, pois já são seis buracos em menos de 600 metros da rua”, disse.
O morador Aécio Torreias disse que está atento, e sempre que percebe que algum novo buraco está sendo feito por retroescavadeiras, procura os responsáveis na obra e é sempre informado que foi “o patrão que mandou quebrar”. “A resposta é sempre a mesma. Só que o patrão nunca aparece para explicar nada e nem manda consertar o buraco. Quem sofre somos nós, que moramos na rua, e os transeuntes que escolhem essa rua para trafegar. Queremos manter o patrimônio em boas condições e a rua limpa”, disse.
Outro morador, Pedro Souza, disse que, dos seis buracos existentes na rua, os moradores detectaram que cinco deles foram cavados pelos próprios donos das construções e um pela Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caerr). “Queremos que providências sejam tomadas”, cobrou.
GOVERNO E PREFEITURA – A Folha manteve contato com a Prefeitura de Boa Vista e com o Governo do Estado, além da assessoria da Caer, para saber que providências serão tomadas. A Secretaria Municipal de Obras informou que as ligações domiciliares de água e/ou esgoto residenciais de novas edificações são autorizadas mediante alvará de corte e que a recomposição do asfalto é feita posteriormente.
Frisou que vai enviar uma equipe ao local para verificar se todas as ligações são regulares e tomar as providências necessárias, caso não exista alvará. Destacou que cortar o asfalto sem autorização é crime, conforme o artigo 163 do Código Penal, cuja pena pode variar de seis meses a três anos de detenção, além de multa.
A assessoria da Caer informou que enviará uma equipe ao local para executar o devido reparo no endereço mencionado e que até esta sexta-feira, 27, o problema estará resolvido. (R.R)