O cartão de crédito é o meio de pagamento mais utilizado pelos boa-vistenses no comércio. A Câmara dos Dirigentes Lojistas de Roraima (CDL) apontou que a crise econômica e a inadimplência das famílias fizeram com que pagamentos à vista, crediários e em cheques se tornassem últimas alternativas para a maioria dos consumidores, que atualmente utilizam crédito para finalizar as compras.
A Folha percorreu lojas do centro comercial de Boa Vista, na manhã de ontem, e constatou que tanto lojistas quanto consumidores preferem o cartão de crédito na hora do pagamento, apesar da alta taxa de juros do rotativo para a forma de pagamento, que chegou a 488,6% ao ano, em abril, a maior desde 1994.
Segundo a gerente de uma ótica, Betânia Dias, oito em cada dez vendas fechadas na loja têm o cartão de crédito como forma de pagamento. “O cartão de crédito é mais normal, débito quase não sai. Geralmente os clientes parcelam em seis, oito ou dez vezes. Temos outras formas de pagamento, como o crediário, onde o cliente dá entrada e parcela o restante em dinheiro e até em cheque”, disse.
Mesmo com as várias opções nas formas de pagamento, ela afirmou que as vendas diminuíram em até 60% em comparação ao ano passado. “Essa variedade na forma de pagamento atrai mais os clientes, principalmente nessa crise. Ainda assim, a crise afetou bastante a gente. As vendas diminuíram 60% em comparação ao ano passado, mesmo com essa variedade de forma de pagamento”, comentou.
Para não cair na inadimplência e não sofrer com os juros altos do cartão de crédito, o funcionário público Rodrigo Silva disse que procura sempre pagar as prestações de suas compras em dia. “Eu só utilizo cartão de crédito, mas me organizo para não correr o risco de atrasar as parcelas e ficar endividado”, ressaltou.
CDL – Para o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas, Edson Freitas, as lojas veem como vantajoso o pagamento em cartão de crédito. “As lojas recebem o pagamento maior em cartão de crédito, mas os juros altos fazem com que o crediário, por exemplo, também tenha parcela considerável nas empresas”, explicou.
Ele avaliou que o crediário entra como forma de pagamento mais fácil e burocrática que o cartão. “Temos vários associados que têm carteira própria de cobrança e vão bem. Existe a inadimplência, que cresceu, mas é uma facilidade”, frisou. (L.G.C)