Cotidiano

Chuvas provocam transtornos nos bairros

Áreas onde não há drenagem pluvial alagam e provocam prejuízos aos moradores, principalmente na periferia

As chuvas dos últimos dias têm causado inúmeros transtornos para a população que reside nos bairros da Capital. No bairro Jardim Equatorial, na zona Oeste, moradores denunciaram à Folha as situações da rua 8, que dá acesso à Vila Olímpica Roberto Marinho. Em todo período de inverno, há oito anos consultivos, a rua se transforma em um verdadeiro mar de lama devido à falta de sistema de drenagem. Com o volume de chuva cada vez mais intenso, a lama invade as casas.

“Toda vez que a rua fica assim, é um verdadeiro ‘Deus nos acuda’. Mas o pior de tudo é que já faz oito anos que a situação dessa rua está dessa forma. Quando alaga, a gente tem que ficar tirando a lama de dentro de casa”, disse uma moradora.

Se para os moradores a água empossada causa problemas, o mesmo ocorre com as crianças que estudam na Escola Municipal Juslany de Souza Flores. Para chegar à unidade escolar, muitos estudantes não possuem outra opção a não ser encarar a lama, potencializando os riscos de acidentes ou contágio de doenças. “A situação dessa rua é uma vergonha. As crianças precisam enfiar o pé na lama para chegar ao outro lado. Quero saber se eles vão passar por aqui quando a tocha olímpica passar pela capital”, disse outro morador.

PREFEITURA – Por meio de nota, Prefeitura de Boa Vista informou que a Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo está trabalhando em um projeto para atender a demanda dos moradores da rua 8, no bairro Jardim Equatorial.

Segundo a nota, a ação é fruto de convênio firmado pela Prefeitura com o programa Calha Norte. “Está previsto a execução de obras de drenagem e asfaltamento para o local citado”, frisou. (M.L)

Defesa Civil Municipal reforça monitoramento a áreas de risco

Com a intensificação das chuvas em Roraima, a Defesa Civil Municipal reforçou os trabalhos de monitoramento das áreas consideradas de risco na Capital. Por meio de um plano de contingência, autoridades das principais secretarias estão articulando estratégias para minimizar, ao máximo, os efeitos do período chuvoso.

 “As ações desse plano de contingência foram iniciadas há cerca de dois meses, e esse é um plano que engloba todas as secretarias. A ideia dessa articulação é justamente dar resposta imediata à população para essas situações de risco por meio da antecipação de medidas que visem minimizar os efeitos do inverno na Capital”, afirmou o diretor da Defesa Civil em Boa Vista, Amarildo Gomes.  

O plano de contingência desenvolvido pelas secretarias foi dividido em três etapas, com duas delas já executadas. Segundo o diretor, a primeira envolveu o mapeamento das áreas de risco e a segunda, o cadastramento dos residentes. Ao todo, 10 bairros foram inseridos no plano, onde todas elas estão sendo monitorados constantemente.

“No primeiro momento, nós fizemos o mapeamento das localidades consideradas de risco, que, em grande parte, estão situadas perto de rios e de lagos. Ao todo, 10 bairros estão dentro desse mapeamento. No segundo momento, realizamos o cadastramento das pessoas que habitam nessas áreas. Nisso, temos 244 famílias, o que dá em torno de 1.100 pessoas”, disse.

Gomes disse que dentro dos bairros inseridos no mapeamento existem 15 áreas consideradas zonas críticas. Dentre elas estão o Caetano Filho e os bairros Cauamé e Nova Cidade, que terão reforço mais que especial nesse período de inverno.

“Na verdade, existem áreas de risco em todas as zonas da cidade, da Norte a Oeste, até mesmo na área central, mas as que mais requerem atenção são as áreas Caetano Filho e os bairros Cauamé e Nova Cidade. Essas são as áreas com maior incidência de alagamento, e o fato de ocorrer alagamento é justamente pelo fato de a cidade ser muito plana, impedindo a água de escoar”, informou.

A última etapa do plano inclui a montagem de abrigos. Segundo o diretor, as famílias que forem alojadas receberão toda a assistência necessária, desde alimentação até cobertores, colchões e agasalhos. “Para esse período, nós temos dois abrigos praticamente prontos, que ficarão nos ginásios das escolas Tancredo Neves e Pintolândia, faltando realizar as adequações finais, mas vale destacar que, havendo alguma solicitação, essas pessoas já poderão ser alojadas nesses espaços”, complementou.

Atualmente, a Defesa Civil Municipal conta com uma equipe formada de 30 homens, divididos em escalas de plantão 24 horas. No período de inverno, todas as ações de socorro à população são executadas por meio do programa Patrulha da Chuva, que conta com a participação de todas as secretarias e autarquias do município.

“Nós temos uma equipe 24 horas para atender situações de emergência, sejam elas envolvendo árvores caídas, áreas alagadas, remoção de desabrigados, entre outras situações. Qualquer problema, a população pode entrar em contato no 156 que uma equipe nossa irá até o local para ajudar no que for preciso”, concluiu.