Cotidiano

Regiões afetadas pelas queimadas serão beneficiadas com mudas de viveiro

Projeto desenvolvido pela Femarh, Embrapa e Mapa busca o reflorestamento ambiental nas áreas mais atingidas durante o período da estiagem no Estado

Para atender as regiões mais afetadas durante a época das queimadas, produtores rurais do interior do Estado receberão mudas de plantas regionais do recém-implantado Viveiro Agroflorestal Cláudio Delai, localizado próximo à Usina Termelétrica Monte Cristo, às margens da BR-174 sentido norte.

O Viveiro Agloflorestal, que foi inaugurado no início do mês, é uma iniciativa de compensação ambiental em razão da construção da termelétrica de Monte Cristo, em razão da alta emissão de gases CO² na atmosfera, esclareceu o diretor-presidente interino da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Rogério Martins.

“Toda e qualquer atividade tem o seu impacto ambiental e necessita de medidas que possam diminuir esse problema. Neste caso, a proposta foi da criação de um viveiro para que as mudas plantadas possam absorver o CO² que está sendo emitido”, relatou.

Segundo o presidente, com essa instalação a média da produção será de 1 milhão por ano, com mudas nativas que possam gerar uma renda, como as madeireiras, como o cedro e mogno; e as frutíferas, como o açaí, goiaba, acerola, laranja e limão. Todo o material produzido será certificado por equipes técnicas da Femarh, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Secretaria do Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O foco principal é a distribuição das mudas para os produtores rurais, principalmente nas regiões do Apiaú e Roxinho, que sofreram com a estiagem no Estado. “A equipe técnica está trabalhando no projeto para recuperar a área e fomentar a economia desse produtor. A previsão nossa é que nos meses de setembro e outubro a gente já comece a fazer o replantio”, afirmou Martins.

O presidente também reforçou que, após a distribuição das mudas, as equipes técnicas farão um acompanhamento das atividades dos produtores rurais para que o agricultor possa ter a assistência técnica de cuidado das plantas. A estimativa, segundo o presidente, é que na primeira etapa do projeto sejam atingidos, ao menos, 100 produtores. “A nossa intenção é que ele possa gerar renda na sua própria propriedade, a que ele perdeu com o fogo esse ano”, explicou.

CRITÉRIOS – O produtor rural que foi afetado durante a época das queimadas também deve estar dentro de outros critérios para ser selecionado como apto a receber as mudas das plantas regionais: a agricultura familiar e ter seu plantio devastado pelas queimadas em 2016. “A exigência é de acordo com a definição da legislação federal, ou seja, a agricultura familiar aborda aquele que usa a própria mão de obra, tem até quatro módulos fiscais e que resida e sobreviva da sua área rural. A gente quer dar condições para produzir, recuperar a mata ciliar. São várias atividades em que você recupera o meio ambiente e gera uma renda, dentro da própria reserva legal”, disse.

O presidente também esclareceu que os projetos serão realizados de acordo com cada produtor rural, de acordo com o ambiente mais apto a receber determinado tipo de plantação e também de uma pré-disposição do produtor rural. “A gente precisa conhecer a aptidão também do produtor, porque ele pode desgostar da criação. Não adianta a gente repassar uma muda sendo que ele sempre quis ou já tem um histórico de criação com outra planta. Queremos que ele goste de participar, de atuar, de cuidar da plantação e toque o projeto sozinho, com assistência técnica”, afirmou.

Quanto a uma possível contrapartida do Estado para que o agricultor familiar produza o plantio, Rogério Martins acrescentou que não há a previsão, mas há um trabalho em desenvolvimento com a Agência de Fomento do Estado de Roraima (Aferr) sobre um possível auxílio na parte da irrigação das mudas frutíferas. (P.C.)