Cotidiano

Moradores do Cantá são obrigados a fazer o enterro de seus familiares

Além de ter que transportar o corpo em carro próprio, as famílias denunciam que são obrigadas a cavar o túmulo

Moradores do Município do Cantá, a Centro-Leste do Estado, denunciaram à Folha que estão sem auxílio funeral e, por conta disso, os próprios familiares estão realizando o sepultamento de seus entes queridos. A Prefeitura alega que o serviço está sendo disponibilizado e orienta aqueles que não estão sendo assistidos a procurarem o órgão responsável para resolver o problema.

Um funcionário público disse que o auxílio funeral é parte de um convênio com o Governo Federal, que disponibiliza a verba para que municípios possam fornecer o serviço às famílias mais carentes. “No entanto, recentemente, cerca de três sepultamentos foram feitos pelos próprios familiares que, sobretudo, tiveram que comprar até o caixão. É inaceitável”, ressaltou.

Segundo ele, os responsáveis desapareceram com o dinheiro destinado ao auxílio. “Conforme as informações que temos, a Prefeitura não está pagando devidamente a funerária responsável pelo serviço. Por isso, os cidadãos estão tendo que fazer ‘vaquinha’ para, além de comprar o caixão, adquirir um veículo para transportá-lo durante o sepultamento”.

O servidor disse que o município está completamente abandonado. “Várias famílias estão sendo prejudicadas por conta disso, o que é uma vergonha. Queremos que as autoridades tomem as devidas providências, pois somos cidadãos e devemos ser respeitados conforme os nossos direitos, como diz a lei”, frisou.

Outra moradora do município, conhecida como Dona Elisabeth, teve que arcar com as despesas do sepultamento de seu pai, que faleceu na última segunda-feira, 06. “Compramos o caixão e meus irmãos tiveram que cavar a sepultura. Infelizmente, nós não recebemos a ajuda da Prefeitura, que deveria olhar pelos mais carentes, como eu, que não sou assalariada e dependo somente da máquina de costura, minha única fonte de renda”, frisou.

PREFEITURA – A Prefeitura do Cantá informou que as famílias de cidadãos que forem a óbito devem procurar o órgão para resolver o problema. “Estamos de portas abertas para atender à população. As pessoas que passarem por essa situação podem nos procurar que daremos toda a assistência necessária, conforme a lei”, informou a prefeita Roseny Cruz Araújo (PMDB). (B.B)