Política

Ângela Portela vai insistir na investigação contra Jucá

A senadora lamentou a decisão do Conselho de Ética em arquivar processo contra o peemedebista

A senadora Ângela Portela (PT-RR) classificou nesta quinta-feira, 09, como condenável o arquivamento de processo contra o senador Romero Jucá (PMDB), pelo Conselho de Ética do Senado. Ela salientou que as acusações contra o peemedebista são extremamente graves e, além disso, estão comprovadas por gravações feitas com autorização judicial.

Nas investigações da Polícia Federal (PF), Jucá é flagrado em conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, onde defende textualmente derrubar a presidenta Dilma Rousseff (PT), numa tentativa de “estancar a sangria” provocada pela Operação Lava Jato.

“E mais: defende que se delimite o alcance da Lava Jato, com o objetivo evidente de evitar seu avanço”, citou a Ângela, ressaltando que ela e outros senadores irão recorrerá da decisão, inclusive reapresentando a denúncia.

Na opinião da senadora, as declarações feitas por Jucá tratam-se de claro esforço de obstrução da Justiça, delito de extrema gravidade como reconhece o próprio Supremo Tribunal Federal (STJ). “Fica também claro que o PMDB aposta na costura da impunidade para seus caciques, o que é inadmissível”, destacou.

Ângela Portela também criticou o desmanche dos programas sociais pelo presidente interino, Michel Temer, mencionando em especial o desmonte do Fórum Nacional de Educação, criado para promover a participação social na concepção, implementação e avaliação do Plano Nacional de Educação.

“Na verdade, a erosão dos programas sociais se dá em todas as áreas”, disse a senadora, citando ainda o corte de verbas para o SUS e a descaracterização do Minha Casa, Minha Vida, entre outros.

A senadora lamentou também que o Bolsa Família possa ser transformado em um programa de microcrédito, conforme propõe o novo ministro da área, Osmar Terra. Para ela, a decisão é uma demonstração de que Temer quer acabar com o processo de “inclusão social que é a tônica dos governos eleitos pela população desde 2002”, concluiu.