Cotidiano

Feiras e mercados precisam de reforma

Cerâmicas quebradas, pisos rachados, esgoto estourado, infiltrações e paredes sujas comprometem o atendimento ao público

Todas as feiras livres e mercados municipais de Boa Vista precisam de reforma. A Folha percorreu ontem, à tarde, esses centros comerciais e constatou que falta manutenção e pintura em todos. Na Feira do Passarão, por exemplo, uma das mais tradicionais da Capital, no bairro Caimbé, zona Oeste, uma parte do piso está quebrada e alguns boxes estão fechados porque apresentam falhas na estrutura.

O administrador da feira, José Maria Nascimento, disse que há um processo em andamento na Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinf) para a reforma geral do espaço e que a previsão é que as obras comecem ainda este ano. “Quando assumimos a administração, a feira não tinha sequer vassoura. O lixo estava por todo canto e o ambiente era ocupado por viciados e garotas de programa. Mas logo providenciamos a limpeza e instalamos câmeras de vigilância. Nosso compromisso é manter a feira limpa e proporcionar segurança aos feirantes”, disse.

Para ter mais compromisso no atendimento ao público, o administrador informou que todos os funcionários da feira são servidores da Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária (Seap). Da sala da administração, funcionários monitoram toda movimentação na feira. “Antes, este ambiente público era usado como ‘motel’ e até para o consumo de drogas, mas hoje conseguimos acabar com isso. Além das câmeras de segurança, colocamos vigias à noite. Os bares fecham às 18 horas, mas antes funcionavam madrugada adentro”, observou.

A Feira do Passarão tem 70 boxes, mas 10 estão fechados por falta de reforma. No local trabalham 250 feirantes. Além de carnes, frutas, legumes e verduras, a feira também dispõe de uma praça de alimentação. (AJ)

Na Feira do Produtor faltam equipamentos de segurança

Na Feira do Produtor, a mais tradicional da Capital, no bairro São Vicente, zona Sul, feirantes reclamam da falta de equipamentos de segurança, como extintores e hidrantes. Ontem à tarde os feirantes discutiram vários assuntos, entre eles limpeza, reforma e segurança. A feira foi alvo de uma decisão judicial que mandou fechar o local, mas a liminar foi revogada sob o compromisso de que feirantes e o Governo do Estado iriam trabalhar para melhorar a estrutura física.

A feira estava limpa, mas também precisa de uma reforma geral, conforme apontou a ação movida pelo Ministério Público do Estado, que culminou com a liminar da interdição. Alguns boxes apresentam infiltrações no piso e as paredes estão sujas e precisam de pintura. Várias cerâmicas da parte de trás estão quebradas. Um funcionário da feira informou que o administrador estava viajando para o interior.
“A reforma aqui ocorrerá de forma setorial para que a feira não feche. Técnicos da Seinf já estiveram aqui e fizeram um levantamento das condições de atendimento nas áreas de açougue e sanitária. As obras devem começar por esses setores”, adiantou o funcionário.

A feira é o principal ponto de venda dos produtores rurais de Roraima. Lá são comercializados frutas, verduras, legumes e carnes. No local também funciona uma praça de alimentação, com vários restaurantes e lanchonetes. Feirantes informaram que antes ocorriam muitos furtos e até assaltos na feira, mas a nova administração investiu em segurança e os ladrões deixaram de atacar.

Ontem à tarde os feirantes se reuniram e falaram da importância de preservar o local e manter um ambiente saudável, mas cobraram da administração a instalação imediata de hidrantes e extintores. “Se isso aqui pegar fogo, a gente é que vai ter que apagar. Se o Corpo de Bombeiros vier aqui e fizer uma inspeção, poderá interditar o local por falta de segurança”, alertou uma feirante. (AJ)
 
Mercados municipais também necessitam de obras de reforma

O Mercado Municipal Sabá Floresta, no bairro São Vicente, zona Sul, é outro que precisa de uma reforma geral. O local estava limpo ontem à tarde, mas alguns boxes estavam fechados. Feirantes só pediram mais segurança, principalmente ao anoitecer, quando já foram registrados assaltos.

A administradora Ana Carla disse que o mercado fecha os portões às 20h e que vigias revezam o serviço. O mercado municipal tem 18 anos e nunca foi reformado. No banheiro há infiltrações e algumas lajotas estão quebradas. As paredes necessitam de pintura.

“O ambiente é saudável porque fazemos a limpeza todo dia, mas a estrutura do prédio não está boa. É preciso fazer uma reforma urgente. Também precisamos de mais segurança nas imediações da feira, pois os ladrões atacam quando saímos”, reclamou uma feirante, que preferiu não se identificar. (AJ)

SÃO FRANCISCO – Reinaugurado em 1998, o Mercado Municipal do São Francisco, no bairro do mesmo nome, zona Norte, também precisa de reforma. A praça de alimentação é uma das mais movimentadas da cidade. Todos os 65 boxes funcionam, mas alguns apresentam infiltrações. Parte do piso está quebrada e as paredes também necessitam de pintura.

Uma das administradoras do mercado, Nehida Abdo Rezek, disse que cada feirante é responsável pela limpeza do seu boxe e que uma empresa contratada pelo Município limpa a área externa da feira. Ontem à tarde, a área externa, os boxes e os banheiros estavam limpos.

Para garantir a segurança de feirantes e clientes, a administradora informou que quatro vigias tiram serviço, revezando em plantões. O mercado também conta com um sistema de vigilância com monitoramento de câmeras. Os furtos, segundo feirantes, quase não ocorrem mais.

“Limpamos o nosso ambiente de trabalho todo dia, pois sobrevivemos disso. Fazemos nossa parte, mas esperamos que o Município faça a sua, reformando o mercado para que nosso cliente se sinta melhor quando vier almoçar aqui”, disse uma cozinheira que trabalha em um dos restaurantes do mercado. (AJ)