Cultura

Cineasta Thiago Briglia lança curta na próxima quarta-feira

A exibição será durante a abertura da Mostra de Cinema Universitário: Saberes Amazônicos

O cineasta roraimense Thiago Chaves Briglia realizará, na próxima quarta-feira (15), a pré-estreia do curta-metragem Fronteira em Combustão. Dirigido e ro-teirizado por Briglia, o filme tem duração de 20 minutos e foi produzido por meio do Programa Amazônia Cultural, do Ministério da Cultura do Governo Federal.

A exibição será durante a abertura da Mostra de Cinema Universitário: Saberes Amazônicos, às 18h30, no Centro Amazônico de Fronteira (CAF) da Universi-dade Federal de Roraima. O evento vai até o dia 17 de junho, com exibição de filmes nacionais, debates com produtores de cinema e sorteios.

Fronteira em Combustão foi gravado em Boa Vista, na BR-174 sentido Norte e na fronteira do Brasil com a Venezuela, na cidade de Pacaraima-RR. O elenco principal é formado por Anderson Souza (como Gilberto), Bebeco Pojucan (Ri-ba), Silvana Lins (Cáudia) e Gustavo Brenner (Davi).

O filme conta a história de Gilberto, um pai de família que está desempregado e recebe o convite do vizinho Riba para “puxar” gasolina da Venezuela. Con-forme o cineasta, o tema surgiu como a proposta de ser um documentário. “Minha veia jornalística falava alto e me instigou a procurar saber mais sobre o contexto, aprofundando-me no tema e conhecendo a complexidade dele. Então percebi que seria mais interessante construir essa narrativa com elementos da ficção, mesmo tratando de um tema real”, lembra.

“É um tema que faz parte da nossa sociedade e ao mesmo tempo é tratado de forma de forma velada, está à margem, e talvez nem a gente tenha aprofun-dado. A gente simplesmente acompanha um caso específico de uma família que de alguma forma precisa desse ganha pão para sobreviver”, destaca Thiago Briglia.

Anderson Souza, que protagoniza o filme no papel de Gilberto, ressalta a sen-sibilidade da equipe técnica do filme. “Trabalhar com o Thiago foi uma desco-berta. Percebi uma sensibilidade nele e um carinho muito grande conosco, os atores, que também veio todas as outras direções: preparação de elenco, arte, produção”, revela o ator que tem 20 anos de experiência. “Foi muito bom, por mim trabalharia o resto da minha vida com a equipe”, brinca.

Souza também destacou o trabalho prévio que foi feito com os atores, de pre-paração de elenco. “Foram muito importante as atividades de reconhecimento do personagem e, principalmente, do espaço geográfico, que no filme é um elemento muito importante, praticamente um outro personagem composto pela Amazônia, pela fronteira e pela a BR”, diz.

Para o papel de Cláudia, o diretor convidou a atriz Silvana Lins, de São Paulo. “O convite já foi uma aventura particular. Eu não fazia ideia do que esperar. Nunca tinha feito nenhuma pesquisa sobre a região, nunca tinha me dado con-ta verdadeiramente, até esse momento, da dimensão do Brasil. Esperava um lugar pacato, sem estrutura e sem anseios. Encontrei um lugar encantador, cheio de histórias, construídas por uma galera cheia de lutas particulares que precisam ser travadas apenas por elas porque o resto do país nunca ouviu fa-lar. Vivi coisas encantadoras como ver, nem que seja um pouquinho, a luta para manter viva a cultura local, os ‘hinos populares’ cantados com lágrimas nos olhos e sorriso no rosto e a gana de fazer, custe o que custar, arte na Amazônia”, conta a atriz.

Silvana também destacou a equipe do filme. “Fui recebida por uma equipe su-per acolhedora que me deu uma segurança tão grande que, independente do resultado, faríamos um filme autêntico e íntegro. Das experiências que eu vou me agradecer sempre por ter me permitido”, declara.

“É uma jornada muito longa. A gente cresce, aprende e sofre no processo. Mas ao chegar ao final do filme, a sensação é de cumprimento de todas as etapas. Tive uma professora que falava ‘o diretor-roteirista é aquele que sobre-vive do começo da ideia até o momento final de finalização do filme que vai sair para a projeção’. Aí o filme já não é mais meu, não é mais da equipe, o filme agora é do mundo, porque cada pessoa vai poder interpretar do jeito que bem entender, de acordo com seu repertório, com sua bagagem”, comemora o diretor.

Sinopse – No extremo Norte do Brasil, Gilberto está desempregado e seu vizi-nho Riba o convida para ‘’puxar’’ gasolina da Venezuela. O negócio parece rentável, mas a família de Gilberto pressente o pior.