O período de defeso, que proíbe a pesca de peixes nativos em Roraima, se encerra no final deste mês. Para coibir a pesca ilegal, a Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) tem mantido as fiscalizações. Quem for autuado pela instituição receberá multa inicial no valor de R$ 700 e mais R$ 20 por quilo de pescado apreendido.
De acordo com o coordenador da Pesca e Aquicultura da Superintendência Federal de Agricultura (SFA), Luiz Teixeira, o período de defeso é de grande importância para o meio ambiente, pois garante a continuidade de reprodução das espécies, evitando a extinção. “Inclusive, durante esse período, os mais de 6 mil pescadores em Roraima, que estão devidamente regulamentados, recebem um benefício, no valor de um salário mínimo, para que não passem por dificuldades e respeitem a Piracema”, destacou.
O diretor de Monitoramento e Controle Ambiental da Femarh, Mazenaldo Costa, disse que as equipes de fiscalização estão constantemente fazendo o recolhimento de materiais utilizados pelos pescadores. “As fiscalizações estão sendo positivas, resultando em apreensões de peixes e recolhimento de apetrechos utilizados na pesca. Nosso intuito é preservar a reprodução e valorizar as espécies”.
Segundo ele, o período de defeso vai até o dia 30 de junho, para os peixes nativos da região, com exceção da pesca do pirarucu, que fica proibida até o dia 30 de agosto. “Aqueles que estiverem realizando a pesca durante a suspensão da atividade, será autuado e receberá multa inicial de R$ 700 e mais R$ 20 por quilo de pescado ilegal”, comentou Costa.
O chefe da Fiscalização Ambiental da Femarh, Yuri de Lima, ressaltou que as atividades vão continuar até o fim do período de defeso. “Durante a última fiscalização, realizada esta semana, foram recolhidos aproximadamente 10 espinheis e oito malhadores, mas não identificamos nenhum pescador. O que dificulta a nossa ação é que os pescadores geralmente deixam o equipamento no local e voltam depois. Então, dificilmente os encontramos no momento da pesca”, comentou.
Para ele, as pessoas precisam ter consciência ambiental. “Esse é um período frágil, onde os cardumes de peixes precisam migrar para reprodução, ao invés de sumir por conta do fechamento do rio, com malhadores e outros materiais. Por isso, a fiscalização continua durante o período de defeso. Ao fim, teremos o número exato de apreensões de peixes e recolhimento dos materiais”, concluiu.
A população pode fazer denúncia em relação á pesca ilegal, pelo número telefônico: 3623-0529, ou indo diretamente à sede da SFA, na Avenida Santos Dumont, bairro São Pedro.
VENDAS – Apesar do período de defeso, o comércio continua em alta. “Os peixes comercializados vêm do Amazonas e de criadouros aqui do Estado. Em média, vendemos cerca de 1.500 kg por semana. O tambaqui e os peixes de pele, como o dourado e o filhote, são os mais vendidos”, disse Reginaldo da Silva, proprietário de uma peixaria na Avenida Capitão Júlio Bezerra, no bairro São Francisco. (B.B)