Cotidiano

Chico só vai se pronunciar hoje

Em entrevista à Folha, antes da apuração, o candidato se disse confiante na vitória, mas não conseguiu vencer a oposição

Pela primeira vez na história, o candidato à reeleição ao governo do Estado não ganhou a eleição majoritária em Roraima. O governador Chico Rodrigues (PSB) além de ter a máquina governamental estadual a seu lado, teve ainda, nas eleições de 2014, o apoio do Executivo Municipal, com a prefeita da Capital, Teresa Surita (PMDB), mas teve 22.505 votos a menos que sua adversária, Suely Campos (PP). Chico só vai falar sobre a derrota nesta segunda-feira.
Ao final da apuração, ontem à noite, o governador não falou com a imprensa. A assessoria do Palácio Senador Hélio Campos encaminhou convite aos jornalistas para uma coletiva hoje, pela manhã, no Salão Nobre, às 10h.
Chico Rodrigues obteve 45,51% dos votos válidos no segundo turno, com um total de 104.656 votos. A votação foi maior que no primeiro turno, com mais de 13 mil votos. Mas a candidata eleita, Suely Campos (PP), aumentou em 26 mil os votos no segundo turno, totalizando 127.161 votos.
O candidato à reeleição só ganhou em quatro municípios em Roraima: Bonfim, Cantá, Normandia e Uiramutã. Nos outros 10 municípios, mais a capital Boa Vista, a vitória foi da candidata da oposição, Suely Campos.
BAIXAS – Apesar do número elevado de partidos apoiando o candidato à reeleição no primeiro turno, Chico Rodrigues enfrentou o segundo com algumas baixas. A principal delas foi do grupo liderado pelo deputado estadual Mecias de Jesus (PRB), ex-presidente da Assembleia Legislativa. Ele e o filho, deputado federal Jhonatan de Jesus (PRB), deixaram o grupo governista alegando incompatibilidade com os rumos tomados pela campanha e levaram consigo outros deputados estaduais como Marcelo Natanael e Gabriel Picanço, ambos do PRB, além de vereadores da Capital e Interior e prefeitos de municípios.
Os parlamentares que também deixaram o grupo governista foram Chico das Verduras (PRP), Urzeni Rocha (PSD), Jean Frank (PMN) e Chicão da Silveira (PDT). A candidata Suely Campos, por sua vez, conseguiu ainda o apoio dos outros dois candidatos que concorriam ao governo no primeiro turno – Ângela Portela (PT) e Hamilton Castro (Psol) -, além do reforço do senador eleito no primeiro turno, Telmário Mota (PDT).
VOTAÇÃO – Acompanhado da esposa, Selma Rodrigues, dos filhos, Pedro Arthur, Patrícia e Thiago, do neto, João Pedro, de assessores e correligionários, Chico Rodrigues (PSB) votou na Escola Monteiro Lobato, no Centro de Boa Vista, às 9h10, com pouco mais de uma de atraso do horário divulgado pela assessoria.
Chico cumprimentou mesários e eleitores que estavam na fila para votação. Foi à urna acompanhado do neto João Pedro, mas não fez o tradicional “V da vitória”.
Em entrevista à imprensa, o governador disse que estava confiante na vitória. “Andei muito pelo Interior, pela Capital. Vimos a espontaneidade, a esperança das pessoas. Fomos para a campanha com a bagagem e a experiência de 27 anos que temos e, acima de tudo, com essa demanda reprimida de que a sociedade tanto reclama. Temos certeza que tenho condições de fazer um grande governo”, afirmou antes da apuração dos votos.
Para Chico, a campanha foi interessante no segundo turno. “Mostramos nossas propostas. Infelizmente, praticamente todas as propostas que fizemos foram copiadas pela candidata adversária”, criticou.
Sobre os apoios de partidos e políticos que perdeu, Chico disse que as baixas são naturais. “O segundo turno é uma nova eleição. Muitas vezes nessa etapa há outros acordos. Sempre digo que os aliados de ontem são os adversários de hoje. A política é a convivência dos contrários, até daqueles que estavam com você e, por algum motivo, abandonaram-no e seguiram outro caminho”, afirmou o governador, reiterando que os aliados que debandaram são conhecidos por esta prática.