O ex-governador Neudo Campos, que estava até a tarde de segunda-feira internado no Hospital Lotty Iris, no Centro, foi transferido para a carceragem da Polícia Federal, localizada no Município de Pacaraima, Norte do Estado, na fronteira com a Venezuela.
A transferência ocorreu a pedido da Polícia Federal, após a junta médica oficial da Procuradoria-Geral da República (PGR), indicada pelo Ministério Público Federal (MPF), ter dado parecer concluindo que todos os tratamentos de Neudo podem ser feitos fora do ambiente hospitalar.
A defesa do ex-governador informou para a Folha que a decisão contraria a determinação médica sobre a internação. “A posição médica é que não podia ser transferido para lugar nenhum e deveria permanecer internado. Mas, mesmo assim, não respeitaram e determinaram a transferência dele para uma delegacia. Vamos recorrer”, explicou o advogado Marcelo Campos.
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Os advogados alegam que Campos teria sido retirado do hospital, o que configuraria uma alta médica coercitiva. “São vários absurdos. Ele foi retirado do hospital sem alta, pois o juiz sem oitiva da defesa acolheu o pedido da Policia Federal. Ou seja, a Polícia Federal que decidiu que não havia necessidade de internação, e não a médica. Não houve contraditório”, disse o advogado Fred Leite, alegando que no Município de Pacaraima não existe assistência médica adequada para amparar o paciente.
Leite explicou que a defesa de Neudo Campos vai entrar com recursos hoje, em Brasília, para modificar a decisão. “A defesa entende que houve descumprimento da decisão da segunda instância, pois nela consta que o juízo federal não seria o juízo competente para tratar de execução penal, ou seja, essa transferência é ilegal segundo nosso entendimento”, argumentou.
TRATAMENTO – Neudo Campos, 70 anos, sofreu condenação no “caso gafanhoto” com recursos pendentes de julgamento nos tribunais superiores e estava hospitalizado em um dos leitos do Hospital Lotty Íris, conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em Roraima. O ex-governador é hipertenso, está em tratamento de depressão, câncer e se recuperando de uma cirurgia na coluna vertebral, realizada recentemente no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília.
