Polícia

Motorista invade preferencial e morre após colisão frontal

Militar do Exército envolvido no acidente não tinha CNH, estava embriagado; ele não pagou fiança de R$ 5 mil e foi preso

A colisão frontal que deu fim à vida do motorista Edemilzo Pereira de Queiroz, 61, mais conhecido como “Leleu”, ocorreu na madrugada de sábado, 25, por volta das 4h20, na avenida Venezuela, bairro Jardim Floresta, próximo à Universidade Federal de Roraima (UFRR). Edenilzo era funcionário público federal e trabalhava desde o início da década de 80 no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RR). Ele era casado e deixou órfãos oito filhos, todos maiores de idade.
Segundo o policial militar de folga, Epaminondas Lima Bezerra, testemunha ocular do acidente, a vítima pilotava uma motocicleta Yamaha quando invadiu a avenida na contramão e acabou colidindo frontalmente contra o veículo Fiat Uno, que seguia no sentido normal e era conduzido pelo militar do Exército Brasileiro, João da Silva Franco, 25.
Devido à gravidade da colisão, a vítima foi arremessada a metros de distância. A moto que ele pilotava ficou completamente destruída. João acabou perdendo o controle e seguiu na pista até colidir contra um poste, quando parou por completo.
De imediato, as equipes de socorro foram acionadas, assim como a Polícia Militar. Segundo relatório de uma das equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o paciente apresentava parada cardiorespiratória (PCR), foi submetido a procedimentos de reanimação cardiopulmonar durante 30 minutos, mas acabou morrendo. O óbito foi registrado às 5h02.
Em seguida, a perícia foi acionada para o local, assim como a equipe do Instituto Médico Legal (IML), que removeu o corpo. Horas depois, o cadáver foi liberado aos familiares, para sepultamento.
FLAGRANTE – Durante o procedimento de Auto de Prisão em Flagrante (APF), concluído pela equipe do delegado plantonista do Plantão de Polícia Genérico (PPG) da Polícia Civil (PC), Domingos Sávio, o militar confessou ter ingerido, pelo menos, quatro litros de cerveja.
Segundo o depoimento, ele estava na companhia da esposa, a dona de casa E. A. P., 25, e do amigo, um subtenente do Exército, proprietário do veículo, num estabelecimento localizado na praça Ayrton Senna.
Poucos antes das 4h, Paulo contou, o subtenente lhe passou a direção do veículo e este o conduziu até a avenida Terêncio Lima, onde deixou o amigo.
Depois, seguiu até onde aconteceu o acidente. “Lembro que passou por mim pela direita, um segundo veículo que forçou a ultrapassagem, então, afastei-me para a esquerda. De repente, minha esposa me alertou sobre esse terceiro veículo que vinha pela contramão. Tentei evitar a todo custo, mas, infelizmente, ocorreu a colisão”, explicou.
Em depoimento, E. A. disse que viu o marido ingerir apenas “duas latas” de cerveja, e que depois de saírem, foram até um local onde vende caldos, comeram e foram embora, quando tudo aconteceu.
Paulo não pagou a fiança no valor de R$ 5 mil e foi encaminhado à Polícia do Exército, onde deve permanecer à disposição da Justiça. Ele deve responder pelos crimes de homicídio culposo na direção de veículo automotor, sem possuir CNH, e com capacidade psicomotora alterada em razão de álcool.