Política

Delator diz ter pago R$ 30 milhões a Jucá, Renan e Braga, diz jornal

Em acordo de delação, o ex-diretor de relações institucionais do grupo Hypermarcas afirmou que houve pagamento de propinas para os senadores

Em acordo de delação premiada, o ex-diretor de relações institucionais do grupo Hypermarcas, Nelson de Mello, afirmou que houve pagamento de propinas para os senadores do PMDB Romero Jucá (RR) , Renan Calheiros (AL) e Eduardo Braga (AM) para suposta compra de favores no Congresso Nacional. As informações são de reportagem publicada na edição desta terça-feira do jornal “O Estado de S. Paulo”.

Segundo a reportagem, Mello disse ter dado R$ 30 milhões a dois lobistas “com trânsito no Congresso”, Lúcio Bolonha Funaro e Milton Lyra, para efetuar os repasses aos senadores. O executivo prestou depoimento em fevereiro deste ano e, em seguida, deixou seu cargo na Hypermarcas.

“Os lobistas, segundo Mello, diziam agir em nome de políticos e que estes poderiam tomara iniciativas de interesse da empresa e do setor no Congresso”, afirma a reportagem, acrescentando que, segundo o delator, Funaro se dizia “muito próximo” ao presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, enquanto Lyra afirmava agir em nome da “bancada do PMDB.

A Procuradoria Geral da República (PGR) pedirá ao Supremo Tribunal Federal que o caso seja investigado. A reportagem afirma que os fatos narrados não têm relação com a operação Lava-Jato, mas com investigação que apura o lobby de empresas no Congresso.

Renan e Jucá também são investigados na Operação Zelotes, deflagrada inicialmente pela Polícia Federal em março de 2015 para investigar um esquema de corrupção no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (CARF) – órgão colegiado do Ministério da Fazenda, responsável por julgar os recursos administrativos de autuações contra empresas e pessoas físicas por sonegação fiscal e previdenciária.

A investigação da Zelotes se desdobrou para a apuração de compra de medidas provisórias no Congresso. Os senadores peemedebistas são suspeitos de terem recebido propina para aprovar MPs de interesse de empresas do setor automobilístico

A reportagem afirma ainda que o advogado da Hypermarcas, José Luís Oliveira Lima, não se manifestou. Já os parlamentares envolvidos negaram participação em qualquer irregularidade.

Com informações da Folha de São Paulo e do Valor Econômico