Os postos de saúde de Boa Vista ampliaram a disponibilização de testes rápidos para detectar o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) e hepatites virais. Conforme os números divulgados pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN-Net), em 2015 foram registrados, em Boa Vista, 280 casos de HIV, dos quais 106 envolvem jovens com idades de 20 a 29 anos.
O coordenador municipal de DST/Aids, Sebastião Diniz, explicou que, na Capital, existem 32 unidades de saúde básica com testagem rápida para detectar sífilis, hepatites e HIV. “Quando algum desses testes, como o HIV, dá positivo, o paciente é encaminhado para a primeira consulta, que funciona no SAE [Serviço Assistencial Especializado]. Hoje, com a testagem rápida, já conseguimos iniciar o tratamento mais cedo, o que antes não era possível, pois só notificava quando diagnosticava Aids. Hoje, somente com a detecção de HIV, torna-se mais viável o tratamento o quanto antes para manter a imunidade desse paciente sob controle”, disse.
Conforme os últimos dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde, em 2015 foram diagnosticadas 38 milhões de pessoas infectadas com o vírus HIV. No Brasil, esse número está representado por 734 mil pessoas infectadas, de acordo com o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
Em Roraima, além dos 280 casos registrados em 2015, mais 90 novos casos foram detectados. “O Ministério da Saúde, desde que iniciou a descentralização dos testes, foi justamente para alcançar o maior número de pessoas e manter a prevenção equilibrada e não ter o diagnóstico tardio”, enfatizou o coordenador.
Diniz também informou que estão sendo realizados testes de fluído oral, por meio da Organização não Governamental, Associação de Bem com a Vida (ABV). “O público alvo são prostitutas, usuários de drogas e homossexuais”, frisou. “Quanto aos portadores de hepatites, quando diagnosticado, é realizado um cadastro do portador junto ao Ministério da Saúde. Os dados são enviados para o ministério e o medicamento para tratamento é enviado para a unidade de saúde onde o paciente será atendido na forma inicial, em que o ministério envia mensalmente os medicamentos para o tratamento. É tão rápido quanto para HIV também”, destacou.
Vários postos de saúde estão habilitados para realizar a testagem rápida. “Estamos capacitando mais enfermeiros para realização dos testes para atender à demanda”, explicou Diniz. “Não temos uma média de quantas pessoas abandonam o tratamento, tanto para HIV quanto para hepatites, mas assim que identificamos um paciente que deixa o tratamento no meio do caminho, a equipe multidisciplinar o traz de volta e com isso o primeiro passo é contato por telefone. Se não conseguimos, vamos até o endereço da paciente, pois todos estão cadastrados no SAE”, explicou. (T.C)