Política

Transferência de presos e Força Nacional são anunciadas pelo Governo

Serão transferidos 160 internos do regime semi-aberto que estão recolhidos na PAMC

Três medidas para reforçar a segurança na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC) foram adotadas pelo governador Chico Rodrigues e anunciadas em coletiva na tarde desta terça-feira, 28 pelos representantes do Sistema de Segurança Pública do Estado. 
A medida principal é a chegada de 30 homens da Força Nacional de Segurança Pública, articulada pelo governador do Estado com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
A coletiva foi concedida pelo secretário de Segurança Pública, coronel Amadeu Soares, o secretário da Justiça e da Cidadania, Natanael Nascimento e o Comandante Geral da Polícia Militar,  coronel Dagoberto Gonçalves. 
Contou ainda com a presença do secretário adjunto da Segurança, Eduardo Wayner e do delegado geral da Polícia Civil, Luciano Silvestre.
No final da manhã desta quarta-feira, o governador Chico Rodrigues vai inaugurar  a nova sede do Centro Sócio Educativo (CSE), que está localizado na RR-321 (vicinal do Bom Intento). 
Com esta ação, a Secretaria de Segurança Pública e a Secretaria da Justiça e da Cidadania vão unir esforços para transferir 160 internos do Regime semi-aberto que estão recolhidos na PAMC e que têm proposta de trabalho externo para a antiga sede do CSE, localizada no bairro Asa Branca.
Os presos do regime semi-aberto que estão recolhidos na PAMC e não dispõem de proposta de emprego serão transferidos para a Cadeia Pública de Boa Vista, no bairro São Vicente. Desta forma, desafoga o número de presos recolhidos na Penitenciária do Monte Cristo.
As 17h30 desta terça-feira estava prevista a chegada de uma equipe de 30 homens da Força Nacional à Boa Vista em um avião da Polícia Federal e que vão atuar na Penitenciária de Monte Cristo.
COMPROMISSO
O secretário Amadeu Soares, disse que todo o Sistema de Segurança Pública e Prisional do Estado tem o compromisso com a sociedade, muito bem determinado pelo governado Chico Rodrigues de sempre trazer a verdade e prestar conta dos serviços realizados em prol da população.
Destacou que na noite do último domingo, 26, ocorreu uma rebelião na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo que foi rapidamente contida por uma ação de policiais militares, civis, rodoviários federais e guardas municipal.
“Todos os policiais que estavam trabalhando no domingo foram deslocados para a Penitenciária por conta da notícia que veio de lá, de que seria uma fuga em massa. Esclareço, primeiro, que não ocorreu nenhuma fuga em massa. Houve uma tentativa e a fuga de dois detentos que estão sendo procurados”, disse.
Ainda no domingo, segundo Soares, o Governo se reuniu e tomou algumas decisões que foram materializadas na segunda-feira, 27, pela manhã.
“O governador Chico Rodrigues enviou ofício ao ministro da Justiça pedindo a ele que mandasse ao Estado um apoio da força Nacional de Segurança para nos ajudar na questão dos presídios. Essa medida foi adotada porque o presídio foi bastante destruído e nós precisamos reforçar a segurança e manter a cidade em ordem. Até porque esse apoio já seria pedido para atender a uma série de ações previstas para o mês de novembro. Antecipamos e pedimos o reforço”, assegurou.
Soares apontou que a finalidade principal do pedido é proteger a sociedade e várias ações já vinham sendo desencadeadas pelas polícias do Estado.
“Após a operação realizada pela Polícia Federal, que nos ajudou muito, começou a gerar o foco de tensão. Um desses focos de tensão era o túnel que graças a Deus conseguimos localizar e estava prevista a fuga em massa para sábado, véspera da eleição. Conseguimos localizar na quinta-feira e na sexta-feira, no final da tarde conseguimos fechar o túnel por completo e poupar a sociedade de um problema muito grande que seria uma fuga em massa”, destacou.
Soares disse que o Estado já conseguiu recuperar parte dos danos causados pelos detentos na Penitenciária de Monte Cristo.
FORÇA DO ESTADO
O secretário da Justiça e da Cidadania, Natanael Nascimento, disse que os agentes fizeram uma reivindicação para que haja uma adaptação no alojamento destinado a eles.
“Estamos atendendo essa reivindicação e fazendo uma adaptação na área que antes funcionava a fábrica de bolas. Com respeito a atuação da força nacional, há uma preocupação dos agentes em função desse clima de tensão que se criou. Mas é preciso frisar que toda essa situação se criou em função da força do Estado, da atuação do Estado para conter essas fugas em que os detentos tentavam todos os dias”, afirmou.
Nascimento disse que as medidas de segurança adotadas para impedir as fugas geraram um clima de insatisfação dentro da comunidade carcerária.
“Eles tentaram de todas as formas fugir por cima e colocamos cerca elétrica, uma série de obstáculos e reforçamos as guaritas com policiamento militar. Eles tentaram fugir por baixo e desmoralizar a sociedade e não conseguiram. Em virtude dessas ações é que houve essa resposta negativa da comunidade carcerária, dando prejuízo extraordinário à sociedade”, disse.
O secretário da Justiça acrescentou ainda que há três semanas, quatro novos cursos tiveram início na Penitenciária de Monte Cristo, destinados aos reeducandos. Aliado a isso, a escola pública instalada no presídio conta com 300 reeducandos matriculados.
“Quem quer se ressocializar tem essa oportunidade. As dificuldades existem e são naturais, mas não se consegue construir presídio em dois ou três meses. Temos um presídio em construção em Rorainópolis, com recurso federal que tem um procedimento complexo. Estamos encaminhando o procedimento para que o empresário conclua a obra e, se não for neste governo, será no próximo”, disse.
Nascimento enfatizou a importância de fazer esses esclarecimentos para não ficar a imagem de que vários fatos aconteceram a revelia na Penitenciária de Monte Cristo ou porque o Estado deixou de cumprir “isso ou aquilo”.
Ao contrário, segundo ele, há cursos funcionando na Penitenciária e outras ações para a ressoacilização. Mas, que o ponto crucial da rebelião no presídio foi o pronto atendimento do Estado para não permitir fugas em diversa oportunidades.
“Temos que fazer uma referência especial a PM, Polícia Civil, Guarda Munipal, PF e PRF. Essa determinação do Estado em não permitir a ocorrência de fugas, com as ações conjuntas e entendendo que quando o estado age com rigor com aquilo que determina a lei, aqueles que não querem cumprir a Lei se rebelam. O estado mais uma vez cumpriu a Lei. Vamos tomar outras medidas administrativas para aliviar a Penitenciária e oferecer melhores condições de trabalho aos agentes e manter a ordem na sociedade”, afirmou.