Cotidiano

Situação no HGR é caótica, diz deputado

Parlamentar de oposição divulgou documento apontando a falta de 68 remédios e 49 itens de materiais que estão em falta no hospital

O deputado estadual Brito Bezerra (PP) denunciou a situação em que se encontra o Hospital Geral de Roraima (HGR) classificada por ele como caótica. Conforme o parlamentar, faltam remédios básicos na unidade, tubos para coleta de sangue e até aparadeiras para coleta de urina dos pacientes.
Em um documento fornecido pelo deputado à Folha, intitulado “Relação de Itens Essências para o Hospital Geral de Roraima”, está listada a falta de 68 remédios e de 49 itens de manutenção, como agulhas, luvas, colchões, curativos, grampeador cirúrgico, sondas, entre outros produtos. Dentre os remédios, faltam antialérgicos como Hidrocortizona, remédios para pressão, glicose para aplicar em pacientes com diabetes e até dipirona, considerado básico para dor.
Uma funcionária do hospital, que preferiu não se identificar, afirmou que semanalmente é enviada para Secretaria da Saúde do Estado uma relação com todos os medicamentos e produtos necessários, mas que não são atendidos integralmente. “Isso aqui é um relação de pedido. O que eles não atendem, a gente faz um reforço. Toda semana a gente pede o que está faltando, frisando que futuramente isso será um problema, mas eles nunca atendem integralmente”, disse.
Conforme relatos colhidos entre funcionários e pacientes, devido a esse fornecimento irregular de medicação, muitas vezes é necessário comprar o remédio para que o paciente não sofra maiores complicações. A filha de uma senhora de 75 anos, internada no setor amarelo do trauma, o segundo mais grave do setor, disse que está há mais de uma semana fomentando os remédios da mãe. “Minha mãe tem problema de pressão, diabetes e está com o baço quebrado, mas só pode fazer a cirurgia quando a diabetes estiver controlada. Porém, eles não têm glicose e eu tenho que comprá-la”, disse.
Entre os outros problemas relatados pelo deputado está a falta de equipo, uma mangueira que auxilia as bombas de efusão, responsável por distribuir o remédio regularmente e com precisão para os pacientes. Falta também aparadeira, bacia de metal utilizada para recolher a urina dos pacientes que não podem ir ao banheiro. “Os pacientes estão usando garrafas vazias de álcool como aparadeiras. Isso é um absurdo!”, disse o deputado.
SESAU – Em nota, a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que a maioria dos itens foi licitada. “A recente determinação do Tribunal de Contas do Estado para suspender a contratação e o empenho, até a adequação de possíveis sobrepreços, anterior à contratação, concomitante com o afastamento dos servidores da CSL (Comissão Setorial de Licitação), retardou a normalização do abastecimento, que tinha iniciado com a gestão”, diz a nota.
“Além disso, a citação das empresas pelo TCE fez com que a Sesau voltasse a perder o crédito junto a esses fornecedores. Para diminuir os danos gerados, a Sesau instituiu a Comissão de Cotação e solicitou prioridade no andamento dos processos para posteriormente encaminhá-los ao Tribunal. Depois da análise e do possível deferimento, iniciaremos a contratação e normalização do abastecimento”, frisou. (JL)