Cotidiano

Paralisação de conselheiros tutelares chega ao 7º dia

Apenas 30% das atividades estão sendo realizadas normalmente

A paralisação dos conselheiros tutelares do município de Pacaraima, no Norte do Estado, completou sete dias nesta terça-feira, 19, sem muitos avanços.  Iniciada na quarta-feira passada, 13, a ação se deu em resposta às péssimas condições de trabalho a qual os servidores são submetidos diariamente.

Conforme o conselheiro tutelar Rafael Bastos, apenas 30% das atividades desenvolvidas pelo órgão estão sendo realizadas no município.

“Nós estamos em uma região de fronteira, de extrema periculosidade, há brasileiro que residem na Venezuela que também fazem uso dos nossos serviços, além dos moradores do município, e que simplesmente não temos como atender. É uma situação é totalmente deplorável”, afirmou.

Bastos relata que desde a última entrevista concedida à Folha, apenas uma das cinco reivindicações dos conselheiros foi atendida pela Prefeitura.

“Após fazermos essa denúncia, a Prefeitura mandou um rapaz na sexta-feira, 15, para fazer a limpeza externa da sede do conselho, mas ficou somente nisso. Ou seja, de todas as reivindicações feitas pelos conselheiros, apenas uma foi atendida”, disse.

Ainda de acordo com o conselheiro, as péssimas condições do prédio estão inviabilizando a realização de trabalhos com maior qualidade a população, além de expor em risco a saúde dos trabalhadores.

“O forro do prédio está cheio de inseto, o cheiro de urina e fezes de rato, morcego e pombo é insuportável, tanto que nem o próprio vigia que faz a segurança noturna consegue ficar por muito tempo lá dentro. Tem a questão da instalação elétrica, que é bastante precária. Há tomadas que já queimaram, as lâmpadas não funcionam e por ai vai”, relatou.

Outro problema enfrentado pelos conselheiros tutelares do município diz respeito à falta de materiais permanentes e combustível para a realização dos trabalhos. Além disso, segundo ele, a Prefeitura não vem honrando com o pagamento de salário e repasse de benefícios assegurados por lei.

“As condições de trabalho não estão legais, até agora não recebemos sequer tinta de impressora, não tem material permanente, não tem telefone para receber denúncia de populares, os salários estão atrasados e a Prefeitura não está cumpriu a lei que garante aumento salarial de 3,5% aos servidores, além dos retroativos de janeiro. É uma situação desagradável”, pontuou  Bastos.

O OUTRO LADO

A FolhaWeb entrou em contato com a Prefeitura de Pacaraima, mas até o fechamento desta matéria, às 18 horas, não obteve resposta.