Engana-se quem pensa que fazer show fora do país é privilégio de músicos muitos famosos ou contratados por grandes gravadoras. O músico Vitor Piani, de 30 anos, é um desses artistas que se aventurou pelo mundo afora e apresentou sua música ao público francês.
O músico fez as malas e saiu de Boa Vista para fazer parte de uma tour em cidades do interior na França. Para o artista, poder levar a sua música para outro continente e de outra cultura é um sonho realizado.
O convite surgiu a partir do seu primo, que mora na França e é casado com a cantora Elza Scapicci. Eles procuravam por um violonista brasileiro que pudesse acompanhá-los em apresentações de bossa nova. As apresentações passaram por cinco cidades em um período de um mês.
“Foi uma grande experiência, passei por cidades lindas. A Elza sempre queria fazer um show de Bossa Nova e essa foi a oportunidade. Ela canta em português, mas não fala o idioma, a nossa comunicação se baseava em mímica, um pouco de inglês, espanhol, e quase nada de francês”, contou.
A parceria rendeu a composição de quatro músicas instrumentais: “Swing samba’, “Samba pra ti’, “Petit Chanson’ e “Tem samba”, que devem fazer parte de um EP que o músico irá lançar. Para o artista, a importância na hora de compor é entender a diferença cultural na hora de fazer os acordes.
Mesmo passando por algumas dificuldades, o artista diz que a experiência foi totalmente positiva.
“Vários obstáculos dificultam artistas independentes, sem apoio de uma produtora, ultrapassar essa fronteira. Porém, foi uma experiência muito revigorante e renovadora, a viagem assim abre muitas portas e inspira para novas músicas. Ter contato com todo um cenário musical pulsante que valoriza o artista é incentivador”, contou.
Piani nasceu em Belém, mas mora em Boa Vista há cinco anos, ele dá aulas de violão no Instituto Boa Vista de Música. Quando chegou à cidade dividiu o palco com diversos artistas que o inspiraram musicalmente. “Fui muito bem recebido pela cena local, toquei com Neuber Uchoa, Sergio Barros, Leka Denz e artistas que puderam contribuir com a minha carreira musical”, disse.
Seu repertório envolve música popular brasileira, mas sempre colocando uma roupagem musical regionalista. “Essa música brasileira, com os ingredientes de Roraima que misturam samba, salsa, jazz e ritmos caribeños serão levados comigo para qualquer lugar que eu vá”, finalizou.