A Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista divulgou nessa semana o resultado do Levantamento Rápido de Índice de Infestação de Aedes aegypti (LIRAa), realizado no período de 18 a 22 de julho. Durante o recente levantamento, o Índice de Infestação Predial (IIP) subiu de 0,6% para 11,8% em Boa Vista. Nos bairros, os números sofreram uma variação de 0,0% a 32,5%.
Conforme dados da pesquisa, os bairros com maior indício de infestação foram: 31 de Março (32,55), Distrito Industrial (29,1%), São Pedro (28%), Asa Branca (23,5%), Nova Canaã (22,9%), Bairro dos Estados (22,6%), Raiar do Sol (20,9%), Aparecida (20,1%) e Buritis (19%).
Em relação aos dados referentes a criadouros, o levantamento apontou que 42,6% das larvas de Aedes aegypti se encontram em lixos como recipientes plásticos, garrafas, latas, sucatas em pátio, ferro-velho e entulhos; 28,9% estão em depósitos móveis como vasos, frasco com plantas, recipiente de degelo de geladeira e bebedouros e 12,6% em pneus e câmaras de ar. Segundo a pesquisa, 84,1% dos criadouros encontrados estão em locais com possibilidade de eliminação.
De acordo com o superintendente municipal de vigilância em saúde, Emerson Capistrano, historicamente essa elevação é esperada em razão do período do inverno. “Ano passado tivemos chuva e calor, esse ano tivemos chuvas mais intensas. O resultado é esperado para essa época, mas temos um menor número de casos. Se eu tenho menos caso, tenho menos doença, com menos doença, tenho menos chance de o mosquito picar essa pessoa doente e propagar”, relatou.
Para Capistrano, a diminuição é o resultado do trabalho desenvolvido junto ao Exército Brasileiro durante o primeiro semestre do ano. Com os números na mão, a Prefeitura de Boa Vista está instituindo um gabinete para discutir as ações que serão desenvolvidas onde todas as secretarias municipais serão reunidas. Paralelamente, está em andamento o processo seletivo de agentes comunitários.
“Vamos fazer o possível para agilizar, sabemos que o quadro não está totalmente completo. Serão priorizados os bairros que têm maior índice. O fumaceiro é de responsabilidade do Estado e teremos reunião com a gestão estadual para que possamos contar com o maior número de carros possíveis”, frisou.
DOENÇAS – A Secretaria Municipal de Saúde realizou levantamento referente às doenças causadas pelo Aedes aegypti durante o primeiro semestre de 2016 e constatou que o número de casos confirmados de dengue, zika e chikungunya diminuiu 80% em relação ao mesmo período de 2015, ainda que tenha ocorrido o aumento de infestação.
Em relação à dengue, 171 casos foram notificados e 26 confirmados, foram confirmados dois casos de chikungunya dos 31 notificados e a Zika, representando um índice elevado em comparação às demais, teve 42 confirmados de 64 notificados.
PRÓXIMO MÊS – O superintendente informou que no mês de agosto será desenvolvida uma movimentação com todos os segmentos da sociedade, incluindo as secretarias e parceiros, para que seja realizada uma ação ampla na cidade.
Diante do resultado, o superintendente reitera a importância da participação de todos os cidadãos no trabalho de combate ao Aedes aegypti. “Combater o mosquito é uma luta conjunta. Prefeitura e cidadãos. Pequenas atitudes como armazenar o lixo da maneira correta, não deixar água parada e contribuir com a limpeza realizada na cidade, já são essenciais para combater o mosquito. O foco agora é avaliar os dados, organizar as frentes de trabalho e mobilizar a sociedade no combate ao mosquito, principalmente nos bairros em que houve maior índice de infestação”, explicou. (A.G.G)