Aumentou em 50% o número de apreensões de carne de animais silvestres em Roraima, comparados os dois últimos anos. Dependendo da espécie, o quilo é vendido na Capital por até R$ 300. É o caso da paca. O aumento nas apreensões aponta outra triste realidade: também aumenta a caça predatória nos lavrados roraimenses.
O comandante da Companhia Independente de Polícia Ambiental (Cipa), da Polícia Militar, major Ademildo José Barreto, informou que os caçadores abatem os animais silvestres nas regiões de igarapés e lavrados, mas a caça predatória na mata também acontece. A carne é comercializada em Boa Vista.
Entre os animais mais caçados em Roraima estão: o veado, tatu, paca, catitu, porção, anta e a capivara. O comandante deixou claro que a caça de animais silvestres é proibida no Brasil em qualquer situação, exceto para os índios dentro das reservas. “Neste caso, somente neste caso, fica caracterizada a caça de subsistência, ou seja, eles sobrevivem dessa alimentação”, explicou.
Se a caça não for de subsistência aos índios, observa o comandante, é considerada crime ambiental e o caçador ou o comprador da carne pode responder pelo artigo 29 da lei federal dos crimes contra o meio ambiente. A pena é de detenção de seis meses a um ano, mais multa se houver agravantes.
“As apreensões de carne de caça feitas pela Cipa aumentaram 50% do ano passado para cá. Esses animais silvestres são abatidos principalmente em regiões de igarapés e lavrados e depois são comercializados na Capital. Uma paca inteira na cidade, por exemplo, que não pesa nem quatro quilos, pode ser comercializada até por R$ 300”, disse o comandante.
Mas os policiais da Cipa não dão trégua aos caçadores. Anteontem, dia 1º, uma guarnição prendeu, em flagrante, em uma vicinal de Rorainópolis, município a 298 quilômetros da Capital pela BR-174, Sul do Estado, dois homens com três catitus abatidos, uma paca e um rabo de um gato maracajá, também conhecido como jaguatirica, que é uma espécie de onça em miniatura.
Os suspeitos foram conduzidos à delegacia do município para serem autuados em flagrante por crime ambiental. Mas os dois pagaram fiança e foram liberados para responder em liberdade. Os três catitus, uma espécie de porco do mato, e as partes do gato maracajá, segundo o comandante, deveriam ser incinerados, como manda a lei. “Carne de animal silvestre não pode ser doada”, observou.
PESCA – O comandante também falou da pesca em Roraima. Lembrou que está proibido pegar pirarucu até outubro. É que o peixe está ameaçado de extinção, por isso a proibição da pesca dessa espécie se estende após o período da piracema. “O período de reprodução do pirarucu é maior que o dos outros peixes, por isso que a piracema dele se estende. Não pode ser pescado até outubro”, avisou o comandante.
Só para lembrar, pescadores amadores e profissionais devem ter a carteira de autorização. O documento, informa o comandante, é expedido pela Secretaria da Pesca. “Vale lembrar que quem não tiver a carteira, mesmo sendo um pescador amador jogando linha do barranco, pode ter seu material apreendido. No caso da carteira de amador, o pescador pode se cadastrar e tirá-la pela internet. Já o profissional tem que ir à secretaria”, orientou o comandante. (AJ)