Política

Sindicato aposta na viabilidade da Cerr e pede mudança na diretoria

De acordo com o diretor de Assuntos Gerais do Stiu-RR, Luiz Laranjeiras, a empresa perde mais de 60% da arrecadação do serviço prestado nos municípios

Em entrevista ao programa Agenda da Semana, no domingo, 14, na Rádio Folha 1020 AM, o diretor de Assuntos Gerais do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Urbanas do Estado de Roraima (STIU/RR), Luiz Laranjeiras, tratou sobre a situação em que se encontra a Companhia Energética de Roraima (Cerr), que recentemente recuperou, por apenas 50 dias, a concessão para distribuição de energia no interior do Estado, após decisão do Ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho.

Para o sindicalista, mesmo com a situação delicada e indefinida em que se encontra a Cerr, a empresa energética ainda é viável, principalmente por conta da interligação dos municípios ao sistema de energia hídrica, ou seja, conectado ao sistema que vem do Linhão de Guri, o que quer dizer que a Companhia não necessita mais gastar recursos com diesel, com operadores e com geradores, sendo responsável apenas pela leitura e cobrança do consumo e manutenção da rede. “Dos 14, nós estamos com 12 municípios, todos interligados no sistema de energia hídrica. Só temos dois municípios que estão ainda com energia térmica. É por isso que cresceu os olhos. A nossa empresa agora é rentável”, revelou Laranjeiras.

GESTÃO – Segundo o diretor, o principal problema da Cerr é a gestão, em especial por não tomar medidas para regularizar a arrecadação do serviço prestado nos municípios, como instalar equipamentos para medir o consumo de energia nas residências do interior.

“Hoje a Cerr tem um fornecimento de energia dentro desses municípios e arrecada somente 40%, ou seja, a perda é de 60%. A Companhia está sem cobrar energia desses consumidores, a maioria porque não cumpre a resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e não instala o medidor. Outra coisa, a Cerr também não corta a energia, quando o consumidor não paga pelo serviço. Tem gente recebendo energia de graça”, criticou.

Além disso, Laranjeiras disse ainda que bairros inteiros nos municípios do interior recebem energia através de ligações clandestinas, também conhecidos como ‘gatos’, e que não há uma fiscalização precisa da Companhia para coibir esse tipo de ação ilegal.

“Deveriam ter pego esse recurso e investido nas linhas de distribuição dos municípios para priorizar uma energia de qualidade aos nossos consumidores e transformar os famosos ‘gatos’ em potenciais consumidores junto à nossa empresa. Passaram um ano e seis meses e não reverteram a situação. Tiveram tempo suficiente para fazer e não fizeram. Não tomaram as providências devidas”, reclamou.

Outros pontos levantados pelo sindicato quanto a irregularidades ocorridas na Cerr é a criação de cargos comissionados para assessores da diretoria, erros no pagamento dos benefícios para os funcionários, pagamento de indenização referente a férias em dobro somente para alguns funcionários da Diretoria Administrativa e Financeira e da área de Recursos Humanos, permanência de servidores em cargos de chefias sem alteração há mais de 13 anos e o pagamento de indenizações com os recursos dos convênios adquiridos nos anos de 2009 a 2012, de obras feitas pela Secretaria de Infraestrutura (Seinf) nos anos de 2006 e 2008, que, segundo o sindicato, “não há embasamento legal para o pagamento de obras indenizadas cujas origens foram anteriores à data de emissão do Termo do Convênio”, entre outros problemas.

“O que está levando a empresa à bancarrota mesmo é a má gestão que está implantada na Cerr, os diretores da Eletrobras que estão lá não defendem a nossa empresa, não defendem o patrimônio do Estado. Hoje temos 12 municípios interligados, onde basta instalar os medidores. Assim a Cerr vai zerar a sua receita e sua despesa. É esse o caminho”, finalizou o diretor. (P.C)