Cotidiano

MEC anuncia corte de gastos e UFRR pedirá suplementação orçamentária

Medida tenta reduzir impacto tendo em vista a medida recente do Governo Federal que prevê a diminuição de até 45% dos recursos previstos para as universidades em 2017

Recentemente, o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), anunciou a decisão de reduzir em até 45% os recursos destinados para investimentos nas universidades federais em todo o País. A partir de 2017, as unidades de ensino superior sofrerão uma redução de cerca de R$ 350 milhões em comparação com o orçamento previsto para 2016.

O reitor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Jefferson Fernandes, revelou que com o corte de gastos as áreas que devem ser as mais prejudicadas com a redução são as de atendimento estudantil e bolsas para os acadêmicos, a manutenção do Restaurante Universitário e dos serviços essenciais da universidade promovidos por servidores terceirizados, como ações de limpeza dos prédios e de transporte.

Para tentar combater a situação e reduzir o impacto desta redução na comunidade acadêmica, Jefferson Fernandes revelou que a administração já está trabalhando para reunir as demais universidades da região norte e batalhar por um recurso maior, especificamente para estas unidades de ensino, além de buscar parcerias com outros órgãos, como a Prefeitura Municipal de Boa Vista, Governo do Estado e Exército Brasileiro.

“Nós estamos fazendo articulações. Uma delas é voltada para as unidades da região norte, que são as instituições mais novas do sistema, com o objetivo de fazer uma articulação para buscar uma suplementação orçamentária no ano de 2017”, informou. “A gente vai ter uma reunião das universidades da região norte agora na quinta-feira, 25 de agosto, no Acre, com a participação de representantes do MEC. Nós vamos levar a proposta de suplementação orçamentária e também uma proposta de ciência e tecnologia para a região norte”, acrescentou.

Outra medida apontada pelo reitor é buscar sensibilizar os representantes de Roraima na Câmara Federal e no Senado. “É importante tentar buscar esse caminho, junto ao Ministério do Planejamento, dessa suplementação orçamentária para a gente não ter um impacto muito grande, principalmente no atendimento das demandas”, disse.

PLANEJAMENTO PARA 2017 – Para o reitor, o foco da UFRR no ano que vem será voltado para a qualificação dos alunos, técnicos e docentes, em especial para os cursos da pós-graduação. “Acho que a gente vai conseguir avançar um pouquinho talvez na questão do atendimento a nível de pós-graduação. O impacto da pós, do ponto de vista financeiro, é menor do que o da graduação em termo de infraestrutura, de atendimento”, disse Fernandes.

“Fizemos um levantamento e tivemos um acréscimo grande de docentes, então a gente tem que trabalhar bastante a questão da capacitação desses servidores, aumentar a quantidade de doutores para atender mais a questão da pós-graduação. Essa é uma meta que a gente vai perseguir.  Com esse quadro atual já bem estabelecido de docentes, também vamos buscar mais técnicos e melhorar a qualidade da graduação”, revelou.

O reitor também disse que, pelo menos, agora a universidade também vai ter acesso ao orçamento total disponibilizado, algo que não era possível nos anos anteriores. “De 2014 para cá, o orçamento vinha sendo menor e as despesas da universidade vinham aumentando”, informou o reitor. No entanto, o orçamento dos anos anteriores sofria um contingenciamento, ou seja, não se conseguia a disponibilização total dos recursos, coisa que não deverá acontecer em 2017, conforme Fernandes.

“O que foi levantado por parte do MEC para as instituições, mesmo com o corte do orçamento, é que não haveria contingenciamento, ou seja, as universidades vão poder contar com o orçamento integral do ponto de vista de execução. Mas mesmo assim, a situação ainda é muito preocupante porque a despesa é crescente”, disse o reitor. (P.C)