Cotidiano

Gastos em salão de beleza continuam sendo prioridade para roraimenses

Clientes continuam investindo no ramo e solicitando, apesar da crise econômica, serviços de cuidado com cabelos e unhas

De acordo com dados de uma pesquisa nacional, realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), os brasileiros continuam mantendo seus gastos com beleza como prioridade apesar da crise econômica.

Segundo a pesquisa, o item que mais sofreu redução foi a saída para bares e restaurantes, com uma diminuição de 35,4%. As viagens estão em segundo lugar, com uma redução de 30,9%. E, em terceiro, as compras de roupas, acessórios e sapatos, com 29,2%. Em seguida, são os cortes na contratação de TV por assinatura, com 19,7%, e a diminuição do uso de telefones fixo e celular, com 18,8%. Os gastos com salão de beleza aparecem em sexta posição, com uma redução de apenas 16,7%.

Os itens como as idas às academias, compras de cosméticos e tratamentos de clínicas de estética, algo que pode ser considerado como dispensável para alguns, aparecem depois de atividades culturais, como ir ao cinema e teatro ou gastos com as despesas do lar e compra de doces, salgadinhos e bebidas.

Conforme os dados de um centro de beleza localizado no Centro da Capital, os roraimenses apresentam dados similares à pesquisa nacional. Para a cabeleireira Dália Castanheira, a área pouco sofreu com a crise econômica, com uma redução no número de cliente em algumas áreas, no entanto, as pessoas não deixam de ter um momento para cuidar da aparência.

Especialista na área de corte e coloração de cabelos há quase 30 anos, Dália informou que o número de clientes quase não sofreu redução nos últimos meses em alguns casos, como na área do corte de cabelos. Porém, a diminuição apareceu para os serviços de hidratação e escova.

“Eu, que trabalho especificamente com corte e coloração, não notei nada. Já na hidratação dos cabelos, a gente percebeu sim. A pessoa, ao invés de fazer no cabeleireiro, faz em casa. Compra o xampu e a máscara e prepara sozinha. A escova também diminui um pouco”, revelou.

Segundo Dália, outro setor que também sofreu um pouco na área da beleza foi a compra de produtos e materiais estéticos. “Teve uma diminuição na saída dos produtos que são mais caros, chegando até um custo de R$ 300. A cliente até se mostra interessada, mas quando vê o preço, deixa para levar depois ou pensa duas vezes”, disse.

Já para as profissionais que atendem na área de cuidados com as unhas, o impacto foi um pouco maior. “A cliente que costumava vir toda semana, agora vem duas vezes ao mês ou uma vez por mês”, informou uma manicure. “Mas, assim, não deixou de vir”, ressaltou.

ALTERNATIVA – Para que o centro de beleza não seja afetado com a crise, a alternativa foi oferecer serviços promocionais nas áreas que sofreram uma diminuição. “No caso das hidratações, nós fazemos promoção, incluímos a opção da escova em alguns serviços ou oferecemos dias promocionais, onde o preço é reduzido. A gente também faz essas jogadas, é preciso”, avaliou Dália.

Sobre o cuidado com a beleza ser uma prioridade, a cabeleireira acredita que o empenho do brasileiro é necessário também para solucionar questões pessoais e problemas do dia a dia. Para Dália, separar um tempo para si e ter uma atenção maior com cuidados estéticos pode parecer uma futilidade para alguns, mas está relacionado diretamente com o bem-estar, disse a cabeleireira.

“Cuidar de si é cuidar da sua autoestima, é isso o que eu penso. A gente já passa por tanta coisa, e quando não estamos bem conosco, parece que nada funciona. Mas quando estamos bem, a gente reúne mais forças, tem uma fé maior de que o problema vai ser resolvido. Se não for hoje, amanhã resolve. Tem que se olhar no espelho e sentir-se bem”, acrescentou. (P.C)