Cotidiano

Líderes do PCC que estão em presídios federais voltarão a cumprir pena em RR

Aproximadamente dez integrantes que comandam a facção criminosa no Estado retornarão até outubro, segundo o Ministério Público

Cerca de dez integrantes que lideram a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no Estado retornarão de presídios federais nos próximos meses e voltarão a cumprir pena no sistema prisional de Roraima. Os presos são considerados de alta periculosidade e fazem parte de um grupo de 97 criminosos que estão sendo julgados pela prática de crime organizado.

Os presos que retornarão ao Estado são: Fabiano Alves dos Santos, 42, vulgo “Pé de Ferro”; Edson Da Silva Ferreira, 40, o “Black”; Elieudes do Carmo Ramos, 36, o “Titela”; Geovanes Barbosa Hofmann, 27, o “Carote”; Auiley Silva da Cruz, 35, o “Lourinho”; Lauro Patrício de Lima, 23, o “Pirilouco”; Diego Mendes de Andrade, 25, o “DG”; Anderson Maxuelle Mafra, 31, vulgo “Gongo”; Elivandro Batista Ferreira, 37, o “Vandrinho”; e Anderson Thiago dos Santos Moraes, 27, o “Motoqueiro”.

Eles foram transferidos do sistema prisional de Roraima, em 2014, para o presídio federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul (MS). A transferência fazia parte da Operação Weak Link, do Ministério Público de Roraima (MPRR), em conjunto com a Polícia Federal, que teve o objetivo de desestruturar a ramificação da organização criminosa, originária de São Paulo (SP), que atuava dentro e fora dos presídios roraimenses.

De acordo com as investigações do Ministério Público, os presos possuem cargos de liderança determinados pelo comando do PCC em São Paulo, denominado de “Cidade Proibida”. Diego Mendes, o “DG”, e Elivandro Batista, o “Vandrinho”, eram os “gerais de Estado” e ordenavam a prática de crimes dentro e fora dos presídios.

Os presos se dividiam em cargos de “disciplina”, aplicando castigos a quem descumpria o Estatuto do PCC. Também recolhiam o dinheiro arrecadado com a venda de drogas e com a mensalidade dos integrantes da facção criminosa.

“O que eu posso dizer é que esses presos vão voltar para o Estado cada vez mais preparados, com maiores ligações com o crime organizado e a cúpula dessa facção em outros estados”, disse o promotor de justiça Marco Antônio Azeredo, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

O prazo máximo de permanência dos presos na unidade prisional de segurança máxima era de 365 dias, mas o Ministério Público chegou a pedir a prorrogação desse prazo por mais um ano para que o sistema prisional de Roraima se adequasse e oferecesse condições de guarnecer a custódia do grupo, o que acabou não ocorrendo.

Conforme o promotor, o Estado não possui condições de abrigar esses criminosos. “Tínhamos a expectativa de tirá-los daqui porque o Estado não tinha a menor condição para guarnecer a custódia desse tipo de gente.

Justificamos isso e conseguimos prorrogar a permanência deles no presídio federal por mais um ano, mas de lá para cá nada foi feito para melhorar o sistema prisional de Roraima”, afirmou. (L.G.C)