Defendida publicamente pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a medida desagradou parlamentares do PSDB, DEM e demais partidos que militaram fortemente pelo impeachment. Eles acusaram parte do PMDB de ter “traído” todo o trabalho desenvolvido até aqui.
Líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) deixou o plenário dizendo não aceitar punhalada pelas costas e que estaria fora do novo governo. Mais calmo, o presidente nacional da sigla, Aécio Neves (MG), disse estranhar o fato de peemedebistas proeminentes terem “tido uma posição diferente sem qualquer comunicação ao resto da base aliada a Temer, que deu sustentação aqui no Congresso a esse processo”.
O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), disse que a dissidência dentro do PMDB, que possibilitou a manutenção do direito de Dilma exercer função pública, criou um “momento de tensão desagradável e expôs uma fratura na base do novo governo”.
O resultado disso, ele disse, é que haverá a necessidade de um “sobre-esforço do presidente Michel Temer para, primeiro, unificar o PMDB e, depois, unificar sua base”.
Agripino interpretou o gesto de Renan, seguido por outros 15 senadores que votaram pela cassação de Dilma mas a anistiaram da inabilitação para funções públicas, como o de “parlamentares que decidiram fazer pagamentos de dízimos devidos ao governo pretérito, que tinham relações com a gestão Dilma”.
Por muitos meses ao longo da crise, Renan Calheiros foi visto como o último bastião da petista no Senado. Recentemente, se uniu a Temer, mas na madrugada desta quarta, antes da votação, se reuniu com petistas. Segundo a Folha apurou, ele pediu que a oposição a Temer fizesse um gesto, apoiando a votação de medidas provisórias emitidas pelo novo presidente que estão perto de caducar, em troca do apoio à anistia de Dilma.(Fonte: Folha)