A abertura de novos supermercados e hipermercados na Capital que vendem tanto no atacado quanto no varejo motivou a concorrência e fez o preço do arroz e do feijão, produtos antes inflacionados na cesta básica, cair substancialmente na Capital. A baixa no valor dos alimentos também motivou a queda do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que chegou a 0,35% em agosto.
A Folha percorreu estabelecimentos das zonas Leste e Oeste da Capital e constatou a queda no preço dos produtos. O valor do quilo do arroz carioquinha, que chegou a disparar no mês de julho, chegando a R$ 5,90 (alta de 24,04% em relação ao mês anterior), hoje varia de R$ 3,89 a R$ 2,96, dependendo da marca, queda de 49%.
Já o preço do feijão carioquinha foi o que obteve maior queda em relação aos meses anteriores. Entre julho de 2015 e o mesmo período deste ano, o produto sofreu reajuste de 157% e chegou a custar R$ 12,00. Atualmente custa entre R$ 6,66 e R$ 6,15, conforme a marca. A queda registrada foi de mais de 50%.
A justificativa para a elevação anterior no preço dos dois produtos foi a redução da área de plantio do grão e os altos preços dos insumos, além do reflexo da falta de mandioca, que passou a ser importada do Centro-Sul do Brasil, e das adversidades climáticas. Outro fator apontado foi a crescente procura de alimentos por venezuelanos no Estado.
Com a concorrência e a abertura de novos empreendimentos, a tendência é que o preço de outros produtos da cesta básica também sofra queda. “Para concorrer com os hipermercados, nós tivemos que baixar os preços, senão teríamos que fechar as portas. Mas isso foi bom para todos, porque todos saem ganhando”, disse o gerente de um supermercado da zona Oeste, José Ferreira.
A agricultora Erlene Pereira, que mora no interior, disse que vem à Capital somente para comprar fardos de arroz e feijão. “Onde eu moro tudo é mais caro, então eu venho e trago no fardo. Eu percebi que os produtos estão mais baratos, como o arroz, que no mês passado eu comprei por quase R$ 6,00 o quilo. Esse preço é bem melhor, ainda mais que ultimamente tenho tido muitos gastos com alimentação”, relatou.
CESTA BÁSICA – A queda no preço de produtos da cesta básica poderá ser constatada na pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que será divulgada na próxima sexta-feira, 09, e irá apontar os índices dos produtos referentes ao mês de agosto de 2016. (L.G.C)