Política

Deputados rejeitam indicação do governo para Iper e Detran

Duas indicações de presidentes de autarquias foram rejeitadas, ontem, pela maioria dos deputados estaduais durante sessão da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE). A primeira delas foi a do presidente do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), Edgilson Dantas Santos, que preside o órgão há pouco mais de um ano desde que o delegado Jorge Everton, eleito deputado nas eleições deste ano, deixou o cargo. Também o presidente do Iper (Instituto de Previdência de Roraima), Carlos Vinícius Raposo, teve o nome rejeitado pelos parlamentares.
No caso do Iper, o resultado deixou transparecer uma insatisfação da base aliada com o Executivo. Foram 13 votos pela rejeição contra apenas três pela aprovação do nome. Carlos Vinícius é técnico dos quadros do Banco do Brasil no Rio de Janeiro e assumiu o cargo em Roraima em junho passado. À época, o governador Chico Rodrigues (PSB) disse se tratar de “uma grande aquisição para o Instituto”.
Outras duas indicações constavam na pauta da ordem do dia na Casa: a dos presidentes interinos do Iteraima (Instituto de Terras de Roraima), Haroldo Amoras, e a presidente da Universidade Virtual de Roraima (Univirr), Tunica Vieira. Para não ver mais nomes serem rejeitados, o líder do Governo do Estado na ALE, deputado Zé Reinaldo (PSDB), pediu a retirada dos projetos.
Conforme ele, o quorum reduzido também prejudicou a votação. No painel constavam 19 deputados presentes, mas apenas 16 estavam efetivamente em plenário. A votação da indicação para o Iper foi classificada pelo líder como “inesperada”. “A gente achava que estava tudo em paz, mas essa é uma demonstração de que a Assembleia não está contente com alguma coisa”, disse.
A solução imediata foi convocar os membros da base aliada para uma reunião de emergência no Palácio Senador Hélio Campos. “Já estou saindo, convidando os deputados da base para ter uma conversa com o governador. Pedimos a retirada de pauta das outras indicações para ver a orientação do governador, haja vista que são mensagens governamentais”, disse. A questão volta a ser discutida hoje, uma vez que a pauta de ontem foi transferida para a sessão desta quarta-feira.
O líder da oposição na Casa, Brito Bezerra (PP), por sua vez, disse que nem precisou orientar os membros da bancada. “Foi vontade dos próprios deputados. Uma insatisfação generalizada tanto da oposição quanto da situação com relação à gestão daquela pasta”, disse, referindo-se ao Iper.