Os oito deputados federais de Roraima confirmaram que vão comparecer a sessão, na próxima segunda-feira (12), que vai definir se o ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai ter seu mandato cassado. Às vésperas da sessão que acontece na segunda-feira (12), apenas um dos integrantes da bancada de Roraima já definiu que vota pela perda do cargo do colega. Remidio Monai (PR), afirma que é a favor da cassação.
“Voto pela cassação por conta do conjunto da obra, pois me senti enganado. Ele me prometeu que eu iria ter orgulho de ser Deputado, e aconteceu o contrário. Me senti envergonhado”, afirmou. Na bancada roraimense, os deputados federais Abel Galinha (DEM), Carlos Andrade (PHS) e Sheridan (PSDB) ainda estão avaliando como vão votar, mas garantiram presença na sessão.
O deputado Abel Galinha (DEM) disse que ainda não definiu seu voto e que vai conversar com o seu partido, o Democratas. Carlos Andrade (PHS) afirmou que tem tendência, mas não tem posicionamento fechado. “Eu entendo que do mesmo jeito que Cunha cometeu situações irregulares também foi um bom presidente para a Câmara. Estou muito pensativo neste aspecto em como votar. Ele foi um presidente corajoso, pois tínhamos sessões de segunda a quinta. Mas eu estou ainda sem um posicionamento. Estou analisando variáveis possíveis”, afirmou.
A deputada Sheridan (PSDB), ao ser procurada pela Folha, afirmou que ainda não decidiu. “Eu estou avaliando. É o que posso responder no momento”. Os deputados federais Hiran Gonçalves (PP), Jonathan de Jesus (PRB), Edio Lopes (PR) apesar de atenderem a reportagem, se furtaram a divulgar seus posicionamentos a respeito da sessão e nem ao menos se declararam indecisos. A deputada federal Maria Helena (PSB) não atendeu a reportagem.
CASSAÇÃO – Cunha está sendo julgado por mentir durante a CPI da Petrobras, quando disse que não tinha contas fora do País. Ele alega que não procede esta denúncia, porque participava apenas de um “trust”, quando significa a custódia de bens, para que seja administrado por outro grupo. Então defende que seria apenas o beneficiário dos recursos na Suíça e não o titular das contas.
São necessários os votos de 257 dos 513 parlamentares para a cassação, por isso as ausências contam a favor do peemedebista. Ele tem atuado principalmente junto ao PMDB e no chamado centrão.
Outra coisa que pode beneficiálo é o fatiamento das votações da cassação e da perda de direito político, como ocorreu com o impeachment da ex-presidente Dilma. Cunha já avisou que estará presente ao julgamento e falará, na tentativa de modificar votos.