Cotidiano

Ofício retrata situação crítica no HGR

Documento relata problemas manutenção de equipamentos e da rede de gases, além da demora no abastecimento de oxigênio

Os problemas no atendimento na Saúde pública em Roraima parece não ter fim. A cada dia o roraimense que procura os hospitais públicos estaduais se depara com situações deploráveis. E as denúncias na imprensa são quase que diárias. Desta vez, a denúncia não veio da população, mas da própria diretoria do Hospital Geral de Roraima (HGR), que em ofício retrata a situação critica em que se encontra aquela unidade hospitalar.
A Folha teve acesso à cópia do ofício nº 110/14/Direção Geral/HGR/CGUE / Sesau, datado de 30 de outubro deste ano, o qual relata as dificuldades que estão ocorrendo em setores críticos do HGR em relação à manutenção de equipamentos e da rede de gases, além da demora no abastecimento de oxigênio. Além da falta de prevenção e manutenção preventiva e corretiva do grupo de geradores do HGR, o documento cita a permanência de abastecimento inadequado e irregular de material e de medicamentos.
A parte da assinatura do documento, a qual a Folha teve acesso, havia sido cortada para preservar a pessoa que fez o relato. Diz o documento: “Ao cumprimentá-lo, sirvo-me do presente para cientificar (…) as dificuldades que estão ocorrendo em setores críticos desta Unidade de Saúde em relação à manutenção de equipamentos essenciais para que possamos oferecer uma assistência adequada e de qualidade aos usuários”.
O ofício faz uma descrição dos problemas enfrentados diariamente no hospital. Veja abaixo a descrição na íntegra desses itens:
“1. Manutenção da rede de gases com problemas na rede de ar comprimido (saída de água) o que implica no bloqueio de leitos nas Unidades de Terapia Intensiva, além da demora no abastecimento do oxigênio aonde o tanque de O2 chega ao nível crítico de 30 polegadas, quantidade que atende somente 48 horas a demanda do Hospital. A gestão da Unidade encaminha documentos à Secretaria Estadual da Saúde notificando os problemas e solicitando providências, os mais recentes foram os Memos n° 531, 557, 558, 575, 580, 586, e 605/2014/Gerência Administrativa /HGR/CGUE/SESAU, mas até o momento os problemas continuam sem solução.
2. Falta de manutenção preventiva e corretiva dos grupos gerados do HGR, que com as constantes oscilações de energia que vêm acontecendo em Boa Vista apresentam falhas no seu acionamento automático, deixando em situação de risco, caso a energia não seja restabelecida, os pacientes dos setores que estejam utilizando ventilação mecânica (UTI e Grande Trauma). Enviada a demanda à secretaria solicitando providências através dos Memos N° 504 e 539 e 588/2014/Gerência Administrativa/HGR/CGUE/Sesau.
3. Bombas de infusão inadequadas, que podem apresentar problemas na variação do volume infundido, podendo colocar em risco a vida dos pacientes. Encaminhado para a Secretária Estadual da Saúde notificando os problemas solicitando providências através dos Memos N° 535 e 553 e 568/2014/Gerência Administrativa/HGR/CGUE/SESAU, mas até o momento o problema continua sem solução. Ressaltamos, ainda, além das demandas citadas, que permanece o problema do abastecimento inadequado e irregular de material e medicamentos, o que compromete a assistência prestada aos usuários que procuram atendimento nesta Unidade de Saúde”. 
SESAU – Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde, por meio da direção de triagem da Coordenação-Geral de Urgência e Emergência (CGUE), informou que a empresa abasteceu as quatro unidades de saúde no dia 30 de outubro e as reabasteceu no dia 4 de novembro. “Vale ressaltar que atualmente o abastecimento está normalizado. Além disso, a empresa forneceu cilindros de back-up, uma medida preventiva, para garantir a prestação do serviço”, afirma a nota.
Sobre os memorandos, a Sesau afirmou que os documentos foram recebidos e encaminhados à empresa para providências urgentes, os quais foram resolvidos a contento.
Quanto aos medicamentos, informou que as unidades são abastecidas de acordo com a chegada dos mesmos na Coordenação-Geral de Assistência Farmacêutica (CGAF).