De cada dez acidentados, oito são motociclistas. O diretor geral em Boa Vista do Serviço de Atendimento Médico Urbano (Samu), Luciano Coutinho, disse que esses números representam 70% dos atendimentos, apenas este ano, de acidentes envolvendo motocicletas. Em 2014, lembra o diretor, os números de acidentados com motocicletas representaram 80% dos atendimentos, caindo em 2015 para 73%.
“É que em 2010, o governo isentou o IPI [Imposto sobre Produto Industrializado] e milhares compraram motocicletas. Isso em todo o País. E muitos não tinham ou ainda não têm Habilitação. O problema se agrava porque os condutores não sabem utilizar a pista. Eles mudam de mão, por exemplo, sem usar o pisca. As colisões de moto são frequentes por falta de formação do condutor”, lamentou.
O diretor disse que os acidentes acontecem com mais frequência nos horários de pico, das 7h às 8h30, das 11h30 às 14h e das 17h às 19h, de segunda a sexta-feira. No final de semana, o sábado é o dia em que mais se registra acidentes. “Principalmente nos dias após o pagamento do servidor público”, observou.
Para o diretor a falta de habilidade do condutor provoca acidentes, mas também há um desrespeito muito grande com as leis de trânsito, como o uso de forma inadequada do capacete. O público masculino, de 20 a 30 anos, é o que mais sofre acidentes de motocicleta na Capital, segundo os números do Samu.
No primeiro quadrimestre deste ano, Luciano lembrou que o Samu fez quase mil atendimentos e, destes, 348 foram acidentados de motocicletas. A frota atual na Capital é de 168.600 veículos e 45% é motocicletas, o que representa aproximadamente 80 mil veículos de duas rodas nas ruas da cidade. O Samu em Boa Vista hoje conta apenas com 70 profissionais, quatro ambulâncias e duas motocicletas. (AJ)