Mais um caso de preconceito expõe o nível de intolerância de muitas pessoas que usam as redes sociais para debochar, denegrir e agredir. Dessa vez, o alvo das agressões é a baiana Iane Cardoso, escolhida Miss Roraima 2016.
Ela recebeu comentários maldosos nas redes sociais em relação a sua origem.
“Não gosto de caboquice e me irrito com gente que gosta de ser esquisita. Chega desse papo de diversidade cultural e representação etnica. Roraima não tem só índio” comentou uma moça que não concordava com a representação da modelo no concurso.
Outro comentário criticava a escolha de Iane. “Achei feia, não gostei da escolha apesar dos traços, não é porque tem que representar Roraima que tem que ser cara de índia”.
Esse e outros comentários foram publicados na página Bellymaníacas com um perfil de todas as candidatas que irão concorrer ao Miss Brasil.
Outros internautas comoveram-se e defenderam a moça com publicações positivas.
“Acho engraçado pessoas se achando super dignos de julgar a beleza alheia como se fossem os mais bonitos de Roraima pra falar quem é bonito ou não! Se ela foi escolhida pra nos representar, provavelmente, foi porque ela mereceu estar ali, e deveríamos respeitar e apoiar em vez de difamar e ficar falando mil baboseiras” relatou Maria Carolina Mendes.
Para Úrsula Cavalcante, a escolha mostra além de traços indígenas, o perfil da mulher roraimense.
“Ela representa muito bem a mulher macuxi da terra tem traços indígenas e ela tem todo o perfil de uma mulher de Roraima”publicou.
VOTAÇÃO
Iane Cardoso é advogada e tem 23 anos. As votações para o Miss Brasil estão sendo realizadas pelo link http://entretenimento.band.uol.com.br/miss/brasil/candidatas/ e vão ocorrer até o dia 01 de outubro.
CRIME
Quem acha que a internet é um território livre, onde pode fazer e falar o que quiser, inclusive incitando o ódio racial e o preconceito, está enganado e pode ser punido judicialmente.
Especialistas do Direto alertam que racismo e preconceito nas redes sociais é coisa séria e traz consequências.
Um exemplo recente de punição para divulgação de conteúdo preconceituoso aconteceu em São Paulo, onde uma estudante foi condenada a um ano, cinco meses e 15 dias de reclusão pela Justiça de São Paulo por ter postado mensagens preconceituosas e incitado a violência contra nordestinos em sua página no Twitter, em outubro de 2010.
A jovem foi denunciada pelo Ministério Público com base no artigo 20, § 2º, da Lei n.º 7.716/89, que trata do crime de discriminação ou preconceito de procedência nacional.