Polícia

Familiar diz que um dos acusados do crime estaria sendo favorecido

Um familiar do assistente social Flávio Araújo, assassinado brutalmente em abril deste ano, denunciou para a Folha uma possível arbitrariedade por parte da Polícia Militar em relação a um dos acusados do crime: Alessandro Guilherme Lima Carvalho, de 19 anos, que é filho de policial.

O familiar disse que, durante a primeira audiência do caso, no dia 19 deste mês, no Fórum Criminal da Comarca de Boa Vista Ministro Evandro Lins e Silva, no bairro Caranã, zona Oeste, ele presenciou o acusado, Alessandro Guilherme, chegar em um carro particular, um Palio quatro portas, de cor prata, da placa NBA 0687.

“Na ocasião, o acusado estava acompanhado pelo tenente Salomão e pelo subtenente Arimateia. Quem dirigia o carro era o ex-policial militar Arruda. Além disso, ele estava andando livremente pelo Fórum sem algema e sem escolta”, disse o familiar da vítima, que também questionou a ação dos policiais. “Todos nós sabemos que um preso da Justiça deve ser conduzido em carro oficial e com escolta. O acusado em questão deve estar gozando de algum privilégio, não tenho dúvidas disso”, afirmou.

Segundo ele, a audiência não aconteceu naquele dia e foi remarcada para 10 de outubro. “Após este fato, fui até o Comando de Policiamento da Capital [CPC-PM] para me inteirar sobre o assunto, porém, a guarda que estava de serviço não soube me informar nada. Ainda vi o mesmo carro em que o acusado foi conduzido ao Fórum estacionado no pátio do CPC”, destacou.

O familiar pediu que o Governo do Estado, junto aos órgãos de segurança, verifique e tome providências diante desta situação que ele classifica como constrangedora para a família da vítima. “Será que essa é uma conduta legal ou está havendo algum favorecimento ao acusado? Eu jamais faria uma denúncia sem fundamento, então, peço que façam alguma coisa em relação a isso”.

PM – Em nota, o Governo de Roraima, por meio do Comando-Geral da Polícia Militar, informou que vai verificar e denúncia e, caso seja confirmada a veracidade dos fatos, adotará as providências cabíveis. “Quaisquer denúncias envolvendo integrantes da Corporação devem ser encaminhadas para a Corregedoria da PM, que tem a atribuição de apurar os fatos”, diz a nota.

O CASO – Na noite do dia 15 de abril, o assistente social Flávio da Silva Araújo desapareceu. Conforme a mãe dele, Flávio recebeu um telefonema por volta das 22h30 e saiu de casa, desde então não teve mais notícias dele.

O carro do assistente social foi encontrado queimado quatro dias após seu desaparecimento, no bairro Jardim das Copaíbas, na zona Sul da Capital. O Corpo de Bombeiros ainda chegou a realizar buscas pelo jovem nas águas do Rio Branco, próximo de onde o carro havia sido encontrado.

O corpo só foi localizado 12 dias depois do seu desaparecimento, no dia 27 de abril, nas proximidades da RR-205, que dá acesso ao Município de Alto Alegre, em uma região de buritizal. Conforme a Polícia Civil, a autoria do homicídio qualificado foi de Maicon Albuquerque de Oliveira, Alessandro Guilherme de Lima Carvalho e de um adolescente de 17 anos. (B.B)