Após a vitória da prefeita Teresa Surita (PMDB) no 1º turno da eleição municipal de Boa Vista, os candidatos que foram derrotados comentaram o resultado em entrevista concedida para a Folha ou em suas redes sociais. Os políticos agradeceram o apoio de seus partidos e da população, além de falarem sobre o cenário político após a eleição.
A Folha procurou o empresário e deputado federal Abel Galinha (Dem), o servidor público Luis Oca (PSOL) e o ex-deputado federal Marcio Junqueira (PROS), que não se pronunciaram sobre o pleito.
Veja o que disseram os demais candidatos:
Sandro Baré – O vereador Sandro Baré (PP), que ficou em segundo lugar na votação, com 14. 378 votos, afirma que torce para a gestão da prefeita Teresa (PMDB) dar certo, mas que acredita que as prioridades devem ser revistas. “Não adianta ter quintal bonito e faltar remédio e comida em casa. Torço que dê tudo certo na nova gestão, mas acredito que a prioridade dos recursos tem que mudar”. Ele agradeceu todos os votos que teve. “Agradeço quem votou em mim, pois sei que foram pessoas que querem melhoria em nossa cidade e queriam que as prioridades de nossos recursos fossem voltadas a elas”.
Roberto Ramos – O ex-reitor Roberto Ramos (PT) ficou em terceiro lugar na votação, com 5.841. Ele acredita que o resultado foi atípico pelo percentual de votos adquiridos pela prefeita reeleita. “O que se viu não foi apenas a vitória da prefeita pelo trabalho realizado, mas o funcionamento da sua máquina política construída no município, colocando em serviço os que dependem dos cargos comissionados. Era evidente o desconforto com a possibilidade do segundo turno, daí a necessidade de ganhar bem no primeiro”, avaliou. Ramos acredita que a maior derrota não foi a sua e considera seu desempenho satisfatório. “Em minha opinião, a maior derrota foi a do governo estadual, que não conseguiu organizar uma candidatura competitiva. Mesmo com pouca estrutura econômica e o desgaste do PT, fui o terceiro mais votado, recebendo dos eleitores um carinho especial. Acho que para 2018 terei mais chances”.
Alex Ladislau – O advogado Alex Ladislau recebeu 4951 votos, e afirma que o resultado do pleito está diretamente ligado ao tempo de exposição dos candidatos na TV, não só no horário eleitoral, mas também nas propagandas da prefeitura e dos partidos antes da eleição. “Dessa forma, nós, que tivemos o menor tempo de televisão e não pudemos participar do debate, não tínhamos apoio político e nem estrutura financeira. Tivemos um resultado razoável em quarto lugar. Enquanto não existir igualdade de tempo de televisão entre os candidatos, não poderemos esperar mudanças”, afirmou. Ele classifica sua campanha como limpa, sem ataques e ofensas aos adversários, baseada em propostas e projetos. “Agradecemos a todos que confiaram na nossa proposta, especialmente o povo de Deus que nos apoiou, entendemos que no momento certo Deus nos dará a vitória”.
Jeferson Alves – O estudante Jeferson Alves (PDT) ficou em quinto lugar e afirmou que respeita o resultado nas urnas. “Afinal, o povo é soberano. Continuarei de cabeça erguida, na luta em defesa dos mais humildes e de uma cidade unida, onde a periferia tenha a mesma infraestrutura e beleza do Centro, que todos possam ter qualidade de vida e dignidade”, afirmou. Ele agradeceu aos eleitores que receberam suas ideias e propostas. “Agradeço em especial cada eleitor que depositou em mim sua confiança e me honrou com seu voto. Desde o começo sabíamos das dificuldades que enfrentaríamos com a falta de tempo na televisão e, principalmente, com a falta de recursos financeiros. Fiz uma campanha limpa, acreditando que muita coisa precisa melhorar em Boa Vista, que é preciso inverter prioridades para que a nossa cidade possa investir mais nas pessoas. Vamos em frente!”
Kalil Coelho – O médico Kalil Coelho (PV) afirma que fez uma campanha sem apoio de ninguém. “Minha campanha só foi feita com amigos e uma coligação pequena e recursos próprios. E foi de coração. Estou muito alegre e satisfeito. É a primeira de muitas que ainda virão”, disse. Afirmou que não entendeu a votação expressiva de Teresa e que achou o resultado surpreendente. “Andei nessa periferia, vi muito buraco, muito lixo, muito desemprego, as paradas de ônibus que não protegem do sol e nem da chuva, muita gente vivendo em uma situação muito ruim. Então, não entendo os resultados, mas a população escolhe quem quer. Fiz muitos amigos e estou muito satisfeito mesmo. Bola para frente”.