Após a publicação sobre o “golpe do curso”, na edição de ontem, praticado supostamente por uma amazonense, outra vítima, a bacharel em direito Diana Lima Sobral, procurou a Folha na manhã de ontem para relatar que também pagou o curso, que não aconteceu na data prevista, causando um prejuízo de R$ 500,00. Ela ressaltou que ao menos dez mulheres foram vítimas do golpe. Conforme o relato dela, a suspeita reside em Manaus (AM).
Diana registrou Boletim de Ocorrência relatando os fatos à polícia. “No mês passado, a gente foi ao curso de pigmentação. Íamos fazer em Manaus. Uma amiga foi quem me indicou o curso porque ela é dona de salão. A gente queria fazer porque, até então, não tinha nenhum curso de pigmentação em Boa Vista”, disse, acrescentando que a acusada havia acabado de aplicar um curso aqui. “Foi quando ela afirmou que faria uma nova turma e eu, interessada, paguei pessoalmente para ela. Outras pessoas depositaram o dinheiro. Nós somos dez mulheres e faríamos parte da segunda turma do curso”, explicou.
Antes de fazer o pagamento, a vítima ressaltou que fez uma cópia do recibo. “Ela disse que não tinha o recibo, mas eu comprei um bloco e fiz uma cópia para ela. Sempre gostei dessas coisas, para não ser passada para trás”, salientou.
Diana contou que tem toda a documentação, material apresentado à polícia como prova do crime praticado pela vendedora do curso. “Registrei o Boletim de Ocorrência e quero que seja publicado o nome dela, para não enganar outras pessoas. Ela disse que depositou meu dinheiro e eu fui ao banco agora para imprimir um extrato e não tem nada na conta”, enfatizou.
Ela disse que a cabeleireira que aplicou o curso da primeira vez cobrou o valor de R$ 1.100, mas a acusada ofereceu por R$ 500,00 e que não aceitava nada parcelado. “Ou pagava no dinheiro ou pagava com cartão, à vista. O curso era para ser do dia 26 ao dia 30 de setembro. O material exigido para o curso custava mais de R$ 1 mil. Uma moça comprou tudo. Eram 32 itens”, detalhou.
Dois dias antes da data para a realização do curso, foi encaminhada mensagem ao grupo de WhatsApp, do qual as vítimas faziam parte, que cancelava a participação da instrutora. Depois dessa mensagem, uma pessoa procurou a polícia para registrar a ocorrência ao descobrir que estava sendo enganada. Antes de ser bloqueada, ela fez um alerta no grupo sobre o suposto golpe.
A vítima disse que passou a entrar em contato com os amigos da acusada de estelionato, no Facebook, na tentativa de descobrir onde poderia encontrá-la. “Pelo WhatsApp, ela conversou comigo e disse que não tinha devolvido o dinheiro porque estava no interior e pediu que eu verificasse se caiu na minha conta. Depois disso, ela excluiu todo mundo do grupo”, destacou.
A justificativa da vendedora de cursos é que na data programada nenhum técnico estaria disponível para aplicar o curso em Boa Vista. Mas disse que depois das eleições ofertaria o curso, considerando que os bancos estão em greve. Conforme a advogada, a acusada também estaria se apresentando como advogada no Amazonas. (J.B)