Mulheres de Manaus (AM) e Boa Vista estão sendo usadas como “mulas” para transportar drogas em voos domésticos para o Nordeste brasileiro. Em menos de quatro dias, dois casos foram registrados no Aeroporto Internacional de Boa Vista, com três mulheres presas.
Ontem à tarde, a Polícia Federal prendeu, em flagrante, uma amazonense de 43 anos, que não teve o nome divulgado, quando ela tentava embarcar. Ela estava com voo marcado em uma companhia aérea com destino a Teresina, no Piauí. A ação policial contou com o cão farejador. Foram apreendidos com a amazonense 4,2 kg de Skunk, considerada uma “supermaconha”, além de mais 1 kg de cocaína.
Skunk é a uma espécie de maconha produzida com duas espécies da Cannabis para alterar o teor de THC (tetrahidrocanabinol). Esse tipo de droga é nove vezes mais cara e mais condensada que a maconha tradicional.
A acusada foi encaminhada à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na zona rural de Boa Vista, para ficar à disposição da Justiça. A Polícia Federal informou que qualquer pessoa pode denunciar tráfico de drogas por meio do telefone (95)3621-1500.
OUTRO CASO – Na tarde de sexta-feira passada, dia 07, a PF prendeu, em flagrante, uma manicure amazonense de 23 anos, residente em Manaus (AM), e uma estudante de Boa Vista, de 23 anos, acusadas de tráfico de drogas. A abordagem também foi realizada no Aeroporto Internacional de Boa Vista.
As duas se preparavam para embarcar no voo de 14h55 com destino a Fortaleza (CE). Na ação policial, foram apreendidos 15 kg de Skunk. As acusadas transportavam a droga em duas malas e, a princípio, não se conheciam e viajavam separadamente para o Ceará. Elas também foram encaminhadas à Penitenciária Agrícola.
Cadeia tem 70 mulheres que cumprem pena por tráfico
Na edição de ontem, a Folha publicou que a Cadeia Pública Feminina, anexo à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na zona rural de Boa Vista, tem 118 detentas, das quais 70 cumprem pena pelo crime de tráfico de drogas, crime que mais tem levado mulheres para a prisão.
Na maioria dos casos, as mulheres traficam com maridos e namorados. Há casos em que só é preso o marido e, por conta de falta de provas, a mulher continua livre, dando continuidade ao crime até que seja flagrada.
Além do crime de tráfico de droga, no qual a maioria das detentas do sistema prisional roraimense está envolvida, está sendo constatado que os crimes de roubo e furto estão sendo os maiores índices de prisão.